António Fidalgo
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Ponte Mártir
in Colo
Provavelmente nenhuma outra obra
feita na Covilhã revela tão bem a mudança
da velha para a nova Covilhã. Com certeza há
obras de muito maior vulto, muito mais importantes para
a cidade, como o Hospital, os hipermercados, os centros
comerciais, a Faculdade de Medicina e outros edifícios
da UBI. Mas quem conheceu o espaço da Ponte Mártir-in-Colo,
emblemático pelo historial, pela velha ponte de
granito, pela cobertura da ribeira desde ali até
à linha do caminho de ferro, mas também
pela degradação a que tinha chegado, autêntica
lixeira, viveiro de ratazanas, e e vê o que é
agora, terá uma ideia do que se passa na cidade.
Agora é um espaço agradável, um anfiteatro
moderno, de um traço arquitectónico simples,
elegante.
O novo anfiteatro prossegue a a recuperação
paisagística da zona, com os jardins junto à
Biblioteca Municipal, o Jardim do Lago, o arranjo entre
os novos correios e a futura Igreja da Estação,
ao longo do TCT. O buraco paisagístico que ainda
se encontra ali é o lugar da futura Esquadra da
Polícia, mas isso é uma obra da responsabilidade
do Governo Central. Mas no conjunto a zona ficou agradável.
O esforço da reabilitação urbana
feito é notável e não pode deixar
de ser realçado e louvado. Para gáudio nosso
anuncia-se, mediante adjudicação feita,
o Parque da Goldra, que ligará dentro de pouco
mais de um ano a área da Ponte Mártir-in-Colo
ao Campus Universitário das Reais Fábricas
e à Ponte do Rato.
A Covilhã das ruínas dos anos 80 será
uma amarga recordação para ver em álbuns
de fotografias, mas a obra realizada mostrará também,
mais um vez, que o sonho comanda a vida, e que a cidade
renasceu e se abalança ao futuro. A cidade velha,
a alta, ficará ligada à baixa, à
cidade comercial, dos serviços de saúde,
industrial, do parque tecnológico. Ao contrário
de outras cidades, onde a baixa era a parte antiga, aqui
é a parte alta da cidade a antiga e nova a baixa.
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