Na cerimónia
de assinatura, estiveram presentes os parceiros portugueses
e espanhóis como as Câmaras de Marvão,
Nisa, Vila Velha de Ródão, Sabugal, Idanha-a-Nova,
Mancomunidad do Alto Águeda e Sierra de Gata, e
o ayuntamiento de Trijillo.
Domingos Torrão, presidente da edilidade de Penamacor,
sublinhou a necessidade de fazer ver aos governos que
"existem capacidade e recursos próprios",
pelo que "só é preciso um empurrão
para fazer o que não foi feito ao longo das últimas
três décadas".
Por sua vez, a presidente da Câmara de Nisa, Gabriela
Tsukamoto, realçou a qualidade dos projectos apresentados,
numa altura em que "muito se discute" aquilo
que vai ser o próximo Quadro Comunitário
de Apoio (QCA), em que se perspectiva o desaparecimento
do Interreg III. A autarca deixou o desafio: "Numa
altura em que se fala de centralidades, temos que demonstrar
a nossa capacidade de intervir", e sobretudo "descentralizar
este País, o que se torna importante relativamente
àquilo que se passa com a vizinha Espanha”.
A autarca alentejana, defendeu a criação
de novos projectos inter-regionais, que "possibilitem
no próximo QCA, investir em duas frentes",
nomeadamente a "batalha" do desenvolvimento
e do turismo, “num imenso corredor que pode criar
uma nova centralidade".
Álvaro Rocha, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova,
criticou o Interreg, que permite a municípios não
fronteiriços obterem fundos. "A continuidade
geográfica dos municípios oferecida pelo
programa penaliza os concelhos mais pequenos", disse,
citando como exemplo as cidades de Cáceres e Plasência,
em Espanha, e de Castelo Branco. "Dos 160 milhões
de euros que existem para distribuir, estas três
cidades vão levar, de certeza absoluta, mais de
50 por cento deste valor", acrescentou. "Tal
facto, inviabiliza muito das nossas propostas, dado que
apenas vamos apanhar umas migalhas destes milhões
de euros", concluiu. O Alcaide de Oios, Alfonso Perez,
defendeu a realização de um plano estratégico
de desenvolvimento da zona raiana de Portugal e Espanha,
recorrendo aos governos de Lisboa, Madrid e também
a Bruxelas. Segundo Perez, as zonas raianas “têm
estado um pouco abandonadas pelos governos e é
tempo dos municípios da fronteira portuguesa e
espanhola se sentarem e projectarem um programa de desenvolvimento
profundo", sobretudo "há necessidade
de fazer um programa ambicioso, exigindo a Lisboa, Madrid
e Bruxelas, aquilo a que têm direito", acrescentou
o autarca espanhol.
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