Várias correntes filosóficas foram abordadas nesta tese
Doutoramento em Ciências da Comunicação
À descoberta do novo medium

Procurar entre as várias correntes filosóficas novos significados para a mediação foi um dos objectivos de mais uma tese de doutoramento apresentada na UBI.


Por Eduardo Alves


Olhar para a comunicação e para o resultado desta em relação ao mundo e a tudo o que rodeia o homem foi um suporte para o trabalho académico de José António Duarte Domingues.
Este docente do Departamento de Comunicação e Artes da UBI apresentou a sua tese de doutoramento no passado dia 13 de Julho sob o título de “Arqueologia da Mediação”. Domingues foi “escavar” as várias teses de filósofos que até aos tempos actuais reflectiram sobre a mediação, sobre “o acto do ser humano olhar para as suas envolventes”. Um tema que tende, cada vez mais, “a estar associado à comunicação”, mas que ainda assim não se fica apenas por esse campo científico.
Domigues começou por explicar que “mediar significa fundir ou ligar naturezas heterogéneas por um medium”. Na sociedade actual, onde existe um cada vez maior número de aparelhos que nos levam a comunicar, a mediação “passa a ser como um caso técnico”.
Esta opinião é sustentada pelo autor da tese com a ideia de que “esta técnica de mediação desliza até aos comunicadores pela paixão do design dos seus objectos”. Ainda assim, o acto de comunicar algo através de uma representação que pode ser um texto, uma pintura, uma música tem sempre “o objectivo de preservar a memória”. Foi este um dos pontos que esta tese acrescentou ao mundo académico. Domingues refere que pensou a mediação “junto com o problema do seu arquivo”.
António Carreto Fidalgo, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, José Augusto Miranda Mourão, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, José Bragança de Miranda, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, José Manuel Boavida dos Santos, professor associado da Universidade da Beira Interior, Isabel Maria Caldeira Cabral, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior e António Ferreira Bento, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior formaram o júri que aprovou esta tese.