O IVA mais baixo em Espanha faz com que o comércio da zona raiana portuguesa esteja em crise
Celorico da Beira
Comércio ameaçado por IVA
mais baixo em Espanha

A Assembleia Municipal de Celorico da Beira apelou, na passada semana, ao Governo para adoptar "medidas de excepção", evitando que face à concorrência de Espanha as empresas da região da Guarda sejam prejudicadas com a subida do IVA para 21 por cento.


NC / Urbi et Orbi


A iniciativa, aprovada por unanimidade, foi de Albino Bárbara, elemento independente naquele órgão, que explicou ser propósito, com esta moção, "a defesa do tecido empresarial de toda a corda raiana com Espanha no distrito da Guarda e de toda a região da Serra da Estrela". Albino Bárbara lembrou que "o IVA é em Espanha de 16 por cento e em Portugal passa (de 19) para 21 por cento".
Este responsável adianta que "os espanhóis têm como vencimento o dobro do praticado em Portugal, os portugueses descontam uma terça parte deste para o fisco e os espanhóis descontam uma quinta parte, têm o dobro das reformas e o custo de vida neste momento situa-se entre os seis/sete por cento mais barato (em Espanha). Albino Bárbara entende que face a esta situação "em toda esta zona pode estar em causa o comércio, porque sendo o nível de vida mais barato em Espanha e dada a proximidade vão ali fazer compras e, se este sector já está extremamente debilitado, com o IVA a 21 por cento e consequente subida de preços pode entrar em ruptura".
A recomendação da Assembleia Municipal de Celorico da Beira tem como objectivo "a defesa do tecido empresarial, solicitando a inteligência, a capacidade e a firmeza de serem tomadas e executadas medidas de excepção que podem passar pelo abaixamento de vários impostos, designadamente do Imposto Sobre o Rendimento Colectivo (IRC) e a concessão de incentivos ao investimento com vista a combater o despovoamento", refere Albino Bárbara. E teme ainda que "muitas empresas da zona raiana portuguesa possam transferir-se para a zona raiana espanhola, tendo em conta o mercado livre europeu".