Na “aldeia global”
o peso das ferramentas digitais é cada vez maior.
A utilização dos instrumentos correctos
por parte do profissional de comunicação
vai “com toda a certeza, distingui-lo dos demais”.
Esta teoria é explicada por Carlos Scolari, director
do Departamento de Comunicação Digital da
Universidade de VIC, em Espanha, e que foi debatida no
segundo de quatro encontros que compõem o projecto
ICOD.
Uma actividade levada a cabo por docentes e investigadores
de oito Universidades Iberoamericanas – Universidade
de Vic (Espanha), Rosário e Patagónia Austral
(Argentina), La Habana (Cuba), Lille III (França),
Bahia e Universidade Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul (Brasil) – as quais pretendem perceber melhor
o que as Universidades estão a fazer em relação
à formação dos jovens comunicadores
e a sua ligação ao mundo da Internet.
Encontrar um tipo de definição das várias
competências que cada profissão, na área
do digital, deve ter é o objectivo fundamental
do encontro. Com as ferramentas propostas actualmente,
as diferentes áreas da comunicação,
desde a imprensa tradicional, passando pelas relações
públicas e assessoria, assim como publicidade têm
necessidades, utilizações e aplicações
diferentes deste tipo de contactos. Daí que “as
Universidades se devem abrir ao mundo exterior e partilhar
entre si experiências, no sentido de descortinar
qual a melhor forma de preparação dos alunos
para o mercado”. Carlos Scolari lembra que “o
ICOD deve encontrar as competências que os profissionais
da comunicação devem ter face a um ambiente
digital”.
No encontro anterior foi feita toda a síntese da
história da comunicação, como é
que se chegou até aqui, as diferentes carreiras,
nos diferentes países. Neste encontro “para
além de definirmos as competências para cada
uma das áreas da comunicação, preparamos
também já a próxima reunião,
onde vamos analisar, dentro destas competências,
quais são as experiências de ensino para
essas mesmas capacidades”, explica João Canavilhas,
docente no Departamento de Comunicação e
Artes da UBI.
Todo este trabalho vai servir para que “dentro de
um ano, em VIC, na reunião final se debatam as
competências a ter pelos novos profissionais de
comunicação e de que forma estes devem ser
ensinadas”. A base fundamental de todo o projecto
é pois “encontrar soluções
de ensino capazes e eficazes, para as diferentes áreas
da comunicação”, defende Scolari.
A UBI ocupa um lugar de destaque na investigação
digital
|
Afirmação pela diferença
|
UBI e Universidade do Minho “são as duas
instituições que lideram a investigação
das novas tecnologias em Portugal”. Quem o afirma
é João Canavilhas. Este docente no Departamento
de Comunicação e Artes da UBI é também
um dos promotores do ICOD. Para Canavilhas, “as
Universidades novas e de pequena dimensão sentiram
uma necessidade de se afirmarem”. Algo que seria
mais difícil “em campos de investigação
tidos como tradicionais”. Daí que as novas
Universidades se tenham adaptado aos novos campos de investigação.
O docente refere ainda que a par da Universidade do Minho,
a UBI lidera as investigações e os projectos
de desenvolvimento neste campo, em Portugal.
|