Encontro de Electroquímicos
Uma ciência em expansão

Cientistas e estudiosos vindos de toda a Península Ibérica reuniram-se, durante três dias, na UBI. O tema central de debate foi a electroquímica e a importância que esta ciência apresenta na sua área. Projectos futuros e novos desafios a lançar às universidades foram tópicos também aflorados.

Por Eduardo Alves

O encontro da UBI serviu de base para futuros trabalhos

Os muitos jovens presentes no XIII Encontro Nacional da Sociedade Portuguesa de Electroquímica, que decorreu a par do VIII Encontro Ibérico de Electroquímica, “são a prova mais que evidente que esta ciência tem futuro”. Quem o diz é Victor Lobo, presidente da Assembleia-geral da Sociedade Portuguesa de Electroquímica (SPE). Este foi um dos participantes mais destacados deste duplo encontro que durante três dias transformou a UBI no centro da química.
Com uma vasta lista de trabalhos e apresentações, os objectivos gerais destas duas reuniões de trabalhos passaram por definir alguns parâmetros de futuro e também averiguar como está a investigação e o desenvolvimento desta ciência. Também aqui, “a UBI foi uma boa surpresa”, acrescenta Lobo. Para além do muito trabalho que aqui é desenvolvido, estes dois encontros são, “para nós, responsáveis, uma lufada de ar fresco”. Estiveram presentes “participantes jovens, a qualidade das palestras apresentadas foi muito boa” e sobretudo foram positivas, “as várias interligações da electroquímica com diferentes áreas das engenharias e de outras ciências”.
Um dos apontamentos que devem constar nos resultados destes dias de trabalho “é a importância desta ciência específica no desenvolvimento do País”. As palavras de Victor Lobo estão suportadas “nos muitos trabalhos apresentados”, de diferentes áreas, “como a engenharia, a industria automóvel ou até a de componentes informáticos”, sublinha o responsável pela SPE. O presidente da Assembleia-geral desta sociedade refere ainda que “a Península Ibérica está agora a ganhar uma importância acrescida nesta área”. Uma vez que grande parte dos investigadores e cientistas da América Latina “baseiam-se nos estudos desenvolvidos nesta região da Europa”. Daí que o encontro entre os investigadores e docentes portugueses e espanhóis servisse “para estreitar laços e também delinear trabalhos conjuntos”, remata Lobo.





Mais investimento em laboratórios

A UBI recebe pela segunda vez este encontro de electroquímicos. Na Covilhã, “a importância destas jornadas está já afirmada”, começa por explicar Isabel Ferra, docente no Departamento de Química da UBI e também responsável máxima pela organização do evento.
Um dos pontos que foi tido em linha de conta “tem a ver a com a participação de especialistas das várias áreas da electroquímica, assim como alguns oradores internacionais”, adianta a docente.
Esta participação pretende, acima de tudo, “trazer até à Universidade e aos participantes nestes trabalhos, uma nova visão das investigações e das teorias que estão a surgir nesta área científica”. Este tipo de trabalhos serve “para além da troca de impressões, para tomar conta de alguns avanços que estão a ser feitos nos diferentes níveis da electroquímica”, reforça Isabel Ferra.
Esta docente que está na UBI “desde o início da instituição” traça um resultado “bastante positivo” de todo o evento. A decorrer no pólo 8, “mais ligado às engenharias”, o encontro serviu também para mostrar o que está a ser feito na UBI e na Península Ibérica, mais em geral “através de cartazes e painéis onde se mostraram algumas investigações e trabalhos pioneiros”.
Todos estes trabalhos têm de ser executados em laboratórios devidos. Daí que Isabel Ferra comece por dizer que “a UBI começou do nada e desenvolveu um departamento bastante bom”. Actualmente, “esta área da Universidade está a precisar de um investimento em renovação dos actuais equipamentos e aquisição de novos”. O desafio fica lançado pela docente que espera que a curto prazo seja feito um “bom investimento nos laboratórios”.