Tom
Zé é no momento um dos músicos
mais apreciados em terras brasileiras e na iminência
de transpor todo o seu carisma e talento para este lado
do Atlântico. O seu raciocínio enquanto
criador eleva-o a níveis geniais destinados a
indivíduos que pensam e executam noutra galáxia
depois de invadir as mentes terrestres.
No decorrer do disco, Tom Zé explana, numa sátira
exclusiva, a sua visão sobre a segregação
de sexos existentes no Brasil (ou será no mundo
inteiro?). Ao recorrer ao pagode, género musical
conectado com a classe mais pobre que actualmente se
tornou universal de todas as classes brasileiras, Tom
Zé reduz toda a pseudo-intelectualidade ao de
que mais básico pode co-existir numa sociedade
quando os abastados repugnam socialmente hábitos
populares e os redimensionam em luxos, como um prazer
proibido.
Tendo como banda-sonora o terrestre pagode apunhalado
por uma electrónica soberba, Tom Zé constrói
uma história onde passa em revista várias
atrocidades cometidas entre guerras de sexo que por
norma conhece o vencedor antecipadamente.
Depois de um magnífico álbum de Marcelo
D2, “À Procura da Batida Perfeita”,
em 2004, a música brasileira contemporânea
já encontrou um sucessor à altura para
2005.