A promessa faz agora 20
anos. O problema é que não passa disso mesmo,
“de uma promessa”, afirma José Flávio,
comandante da corporação dos Bombeiros Voluntários
da Covilhã. Na comemoração do 130º
aniversário desta instituição, nem
primeiro-ministro, nem ministro da Administração
Interna quiseram estar presentes na Covilhã. Em vez
disso deslocou-se à “cidade neve”, o
secretário de Estado da Administração
Interna, Ascenso Simões que trouxe uma prenda “do
covilhanense José Sócrates”. Este representante
do Governo prometeu que “a auto-escada para aos Bombeiros
da Covilhã vai constar do próximo Orçamento
de Estado”. Ascenso Simões referiu ainda que
“este é um anúncio incumbido pelo primeiro-ministro
e que resulta de um pedido sistemático de Vitor Pereira,
deputado eleito para Assembleia Nacional pelo círculo
de Castelo Branco e Carlos Martins, membro do gabinete de
José Sócrates”.
Quem suportou também esta promessa foi a Governadora
Civil de Castelo Branco, Alzira Serrasqueiro que leu uma
mensagem enviada pelo próprio José Sócrates.
Serrasqueiro referiu ainda que no passado foram cometidas
“algumas incongruências”, mas que este
executivo está disposto a corrigir tudo isso, “ainda
que de forma faseada”.
Viaturas e equipamentos degradados |
Os bombeiros querem mais verbas para instalações
e equipamentos |
Em dia de aniversário José Flávio,
comandante da corporação enalteceu o trabalho
de todos os seus voluntários que “desde há
130 anos combatem fogos urbanos, florestais e industriais
neste concelho”. Este responsável discursou
perante mais de centena e meia de pessoas e falou directamente
para as autoridades políticas no sentido de estas
“corrigirem um defeito que tem vindo a ser repetido
em demasia”. Isto porque, “a Covilhã
tem vindo a ficar esquecida”. Recorde-se que ainda
durante o anterior executivo governamental social-democrata
José Luís Arnault, então ministro das
Cidades e Administração Local veio à
Covilhã “anunciar que a auto-escada estaria
aqui no nosso aniversário”, adiantam os responsáveis.
Contudo, em dia de aniversário, apenas se repetiu
a promessa.
Ainda assim, a corporação baptizou duas novas
ambulâncias de longo curso e tem já para breve
a entrada em funcionamento de um auto-tanque destinado a
combater fogos urbanos. Um investimento financeiro “na
ordem dos 150 mil euros”, explica Emídio Martins,
presidente da direcção. O mesmo responsável
que lembrou que a secção do Paul necessita
“urgentemente de um novo quartel, que a Covilhã
necessita de novos investimentos em viaturas e meios, pois
hoje combatem-se sinistros com carros e bombas que têm
30 anos”. Recorde-se que uma das promessas da campanha
eleitoral de há quatro anos do actual presidente
da Câmara da Covilhã, o social-democrata Carlos
Pinto ia no sentido de construir no Paul um novo quartel
para a secção dos BVC.
Simulacro expõe falhas
No fim-de-semana de aniversário, os Bombeiros
Voluntários da Covilhã realizaram um simulacro
de incêndio num dos edifícios mais altos
da cidade, o Covilhã Parque Hotel. O exercício
consistiu “em resgatar um ferido poli traumatizado
que se encontrava no nono andar e mais duas vítimas
com algumas fracturas”, explica José Flávio.
O comandante dos bombeiros refere que “o exercício
pressupunha que o interior do edifício estava em
chamas, daí só se poder aceder às
vítimas pela catenária exterior”.
Esta prática serviu, sobretudo, “para expor
a necessidade urgente de termos uma auto-escada”,
reitera o responsável. |