Gorillaz propagam vírus

exótico e altamente

contagiante





O primeiro álbum dos Gorillaz, editado em 2001 revelou um supergrupo anti-supergrupo. O disco possuía grandes momentos e pelo menos três bons singles, mas de tantas influências revelar mostrava-se tão interessante quanto disperso e desequilibrado.
As coisas mudam de figura neste segundo capítulo da aventura. Os singles não abundam e o avanço para a apresentação, “Feel Good inc”, será mesmo o tema mais popular de todo o registo. Mas o resultado final de “Demon Days” exibe-se bem mais consistente do que o seu antecessor.
Os anti-heróis representados por 2D, Murdoc, Noodle e Russel – os nomes dos personagens de BD que compõem os Gorillaz – surgem com uma troca importante no alinhamento: Danger Mouse substitui Dan "The Automator" Nakamura na produção.
Esse facto – e o talento de Damon Albarn aliado ao guru Jamie Hewlett – trazem para este trabalho um conjunto de elegantes canções pop, aqui e ali pulverizadas por elementos do hip hop e do electro que casam de forma quase perfeita com as deambulações dub, folk, rock, spoken word, soul, afro e folhetins psicadélicos que quase parecem saídas de um sonho dos Primal Scream. A estes factos acrescenta-se uma lista de luxo de convidados: De La Soul, Roots Manuva, Martina Topley-Bird, Shaun Ryder (o líder dos Happy Mondays) e o actor Dennis Hopper.
Possivelmente, “Demon Days” é um exotismo pop em mutação que contamina quem por ele se apaixonar.