O itinerário
da Volta a Portugal em bicicleta contempla habitualmente
a visita à Serra da Estrela e a edição
de 2005 até cumpre a tradição a dobrar,
mas nenhuma etapa irá terminar na Torre. O ponto
mais alto de Portugal continental recebe o pelotão
duas vezes, mas apenas de passagem, o que já não
sucedia desde 1999.
Respectivamente com destino ao Fundão e a Gouveia,
no sopé das montanhas, o percurso das duas tiradas
nem sequer atinge a altitude máxima (1990 m), mas
andará perto (1956 m), já que, em ambos
os casos, no primeiro subindo de Seia e no segundo de
Manteigas, o pelotão desvia a rota no cruzamento
de acesso à Torre.
No entanto, este ponto não perderá o grau
de importância, dada a imponência das subidas
- uma de 28 quilómetros e outra de 18, ambas de
primeira categoria - e a sua colocação no
último terço das etapas, o que irá
provocar uma selecção de valores.
Nas últimas 11 edições, apenas por
uma vez não houve uma meta no topo da Serra da
Estrela. Aconteceu em 1999 e então disputou-se
uma etapa entre Tábua e Seia que, à semelhança
deste ano, contemplou a Torre apenas de passagem e proporcionou
um triunfo a Cândido Barbosa.
Apesar de os finais no "tecto" de Portugal continental
terem sido introduzidos na Volta em 1971, só em
15 ocasiões houve meta ali instalada, já
que, depois das vitórias de Joaquim Agostinho na
estreia e em 1973 e do triunfo de Dinis Silva em 1974,
passaram-se 18 anos sem chegadas à Torre. Em 1992
foi recuperada e o triunfo coube a Joaquim Gomes, que,
após o interregno do ano seguinte, voltou a impor-se
em 1994, para igualar o malogrado Agostinho. Desde aí,
jamais um corredor repetiu vitória na Torre nas
restantes 10 chegadas ali registadas, duas das quais na
edição de 1997.
De resto, o percurso deste ano da Volta – que se
disputa entre 5 e 15 de Agosto – contempla três
etapas da prova na região. A terceira, no dia 7,
com partida na Lousã, termina no Fundão.
No dia seguinte disputa-se a mais longa estirada entre
Penamacor e Castelo Branco, num percurso de 216 quilómetros.
No dia 9 os corredores descansam mas, na manhã
seguinte, a partir das Termas de Monfortinho, voltam a
ter pela frente um traçado enorme (183 quilómetros)
que obriga a uma passagem pela Serra da Estrela antes
da chegada a Gouveia.
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