O sistema secundário
de Caria, localidade pertencente ao concelho de Belmonte,
vai ser retomado e tem a adjudicação prevista
para antes do final de Julho. O anúncio foi feito
pelo ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e
das Pescas, Jaime Silva, durante a visita à Cooperativa
de Fruticultores da Cova da Beira (CFCB), na passada quarta-feira,
8, onde inaugurou a linha de calibragem e de embalagem
de cerejas. O governante informou ainda que diversas pequenas
explorações agrícolas, na Beira Interior,
ficarão isentas do pagamento dos impostos à
Segurança Social. A medida é aplicada durante
seis meses nas zonas mais afectadas pela seca.
“O Governo vai retomar o Plano Nacional de Regadios”,
garantiu o ministro da Agricultura, ao adiantar que a
medida se aplica às regiões mais afectadas
pela seca. A Beira Interior é uma das contempladas
no plano e, que segundo Jaime Silva, engloba três
troços, nomeadamente o sistema secundário
de rega de Caria. “Há a possibilidade de,
brevemente, fazermos uma adjudicação para
a continuação das obras”, acrescenta,
ao frisar que o investimento ronda os 50 milhões
de euros. Apesar de frisar a “possibilidade”
da construção das infra-estruturas, também
salienta “haver disponibilidades orçamentais”,
já garantidas pelo primeiro-ministro, José
Sócrates. Após terminar a visita à
CFCB, o ministro da Agricultura, descreveu o investimento
nos troços de regadio como “um prémio”
pela “boa imagem de marca e qualidade da cereja”
produzida na Cova da Beira. Jaime Silva deslocou-se até
à freguesia do Ferro, Covilhã, para inaugurar,
apesar da maquinaria já estar a funcionar, a linha
de calibragem e embalagem da cereja da Cooperativa de
Fruticultores. O ministro classificou a CFCB de “um
caso de sucesso” dado a agricultura estar “numa
situação de crise”. O novo equipamento,
constituído por duas máquinas distintas,
corresponde a um investimento de um milhão de euros,
subsidiado pelo Fundo operacional e pelo programa comunitário
Leader. A primeira máquina separa as cerejas conforme
o calibre que varia entre os tamanhos 22, 24, 26 e 28.
Os frutos são colocados numa passadeira, onde são
seleccionados e retiradas as folhas e os restantes resíduos.
Depois, seguem para a calibragem que as escolhe pelo tamanho
e as deposita em tabuleiros específicos para cada
calibre. Já a segunda máquina é responsável
por plastificar 60 embalagens por minuto, mas que ainda
não está a funcionar, devido a um erro na
compra do plástico.
Prolongar a vida da cereja
Para o presidente da CFCB, José Rapoula, o novo
equipamento traz benefícios para a produção
e conservação do fruto. As novas máquinas
“melhoram as condições higiénicas
e permitem prolongar a vida da cereja para cinco ou seis
dias”, uma vantagem, que classifica de “enorme”,
para a comercialização. Mas apesar do investimento
na modernização do equipamento, a CFCB necessita
de mais melhorias no edifício. “Vou pedir
ao ministro a reparação do telhado”
revela, ao mesmo tempo que graceja “se entrassem
cerejas era melhor, mas infelizmente só entra água”.
Esta obra tem um orçamento de 150 a 200 mil euros
(entre 30 a 40 mil contos), acrescenta ainda o presidente
da Cooperativa.
O ministro anunciou ainda a isenção de impostos,
à Segurança Social (SS), para pequenas explorações
agrícolas, durante seis meses. Esta medida é
aplicada na Beira Interior, mas também nas restantes
regiões mais afectadas pela seca. Para os agricultores
que se encontrem em situação de dívida
à SS, o Governo dará a possibilidade de
regularizarem a situação num prazo de 36
meses. Os proprietários das explorações
deverão apresentar a candidatura ao projecto, onde
esclarecem a dimensão do negócio, para beneficiarem
da isenção das contribuições.
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