Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


O responsável máximo pelo clube leonino refere que a II Liga tem de ser bem planeada

Tal como João Petrucci e Brito Rocha, no seu tempo, José Mendes aproveitou a cerimónia de comemoração do 82º aniversário do Sporting da Covilhã para pedir mais ajuda. O presidente não repetiu o discurso do “não subimos sem apoios”, mas deixou bem claro que terá que haver uma maior cumplicidade entre o clube e as instituições da região, para que a equipa se possa afirmar num patamar desportivo superior.
Dirigindo-se a uma plateia de quase duas centenas de associados e dirigentes, o líder leonino reafirmou a necessidade de ser desenvolvido “um trabalho de sensibilização de todos os agentes desportivos, económicos e sociais no sentido da indispensável ajuda ao Sporting”. Só assim, defende, “a Covilhã poderá cimentar a sua marca através do futebol num palco que se deseja, num futuro próximo, de Superliga”.
Apesar das declarações demonstrarem ambição, Mendes avisa que o clube continuará a trilhar o “caminho do rigor e da transparência sem entrar em loucuras”, a privilegiar a estabilidade financeira, e a fazer uso de atletas da região. Uma atitude directiva que, afirma, “deu bons resultados este ano e despertou uma onda bairrista há muito adormecida.

Lopes entra com 10 por cento do valor da sede

José Lopes, presidente do Conselho Fiscal, afina pelo mesmo diapasão e revela uma conversa anterior com José Mendes em que este calculava ser necessário cerca de um milhão de euros para ascender Superliga. Lopes defende que deve ser este o objectivo a nortear os órgãos sociais do clube nos próximos anos. A Liga de Honra, explica, “é a única divisão em que não se pode estar, porque implica despesas idênticas às da Superliga e receitas da II B”.
Outro apelo do presidente do Conselho Fiscal prende-se com a compra da sede social. O clube está há vários meses a lutar contra uma acção de despejo e terá que reunir 500 mil euros para comprar o edifício e evitar ser desalojado. Lopes diz estar disponível para avançar com 10 por cento da verba e apela à Câmara, às empresas da região, e aos covilhanenses em geral para se unirem em torno deste objectivo.
Outra preocupação do dirigente é o baixo número de sócios. O clube tem, neste momento, cerca de três mil associados, mas os responsáveis acreditam que podem chegar aos cinco mil de um passado recente.

Câmara quer II Liga no Complexo Desportivo

Em representação da Câmara Municipal, Joaquim Matias deixou, por seu lado, a promessa de levar a aprovação, já na próxima reunião do executivo, a verba a atribuir mensalmente ao clube na próxima temporada. O vereador com o pelouro do Desporto mostra-se satisfeito pela conquista do campeonato da II B, “ainda por cima com muitos jovens da cidade e da região”, e mais ainda “pelo trabalho desenvolvido pela Direcção”. Por isso, assegura, “o subsídio autárquico para a próxima época vai ser definido o mais rápido possível para que os responsáveis do clube saibam com o que podem contar”.
Outro assunto levantado pelo vereador foi a utilização do Complexo Desportivo da Covilhã nos jogos da II Liga. O vereador defende que o clube devia utilizar o recinto e afirma a disposição da autarquia para fazer os ajustes necessários naquele espaço de modo a satisfazer as condições da Liga de Clubes, e da própria direcção dos “Leões da Serra”.