Catarina Cosme, professora
de Matemática no Instituto Politécnico de
Viseu, apresentou, no passado dia 3 de Junho, a sua tese
de mestrado intitulada “Aplicação
do modelo de regressão linear no estudo dos factores
associados ao sucesso escolar nos cursos do Ensino Superior:
Caso UBI”.
O estudo tem como objectivo a identificação
dos factores de sucesso ou insucesso do rendimento escolar
dos alunos do Ensino Superior. Catarina Cosme considerou
uma amostra composta por estudantes de Ciências
e Engenharia da Universidade da Beira Interior, aos quais
propôs um questionário. Da análise
do estudo dependem as características estruturais
da organização, as características
dos estudantes e as características do professor.
No entanto, a autora da tese só trabalhou com variáveis
intrínsecas referentes ao aluno, pelo que o contributo
do seu estudo para as universidades e institutos politécnicos
do País se torna um pouco limitado. “Através
do inquérito fiquei a conhecer melhor as dificuldades
e os antecedentes escolares dos estudantes. Mas admito
que se tivesse tido em conta outras variáveis a
tese seria mais completa e permitiria um maior número
de conclusões” – afirma Catarina Cosme.
O índice de sucesso dos alunos é motivado
por factores escolares, como o desempenho escolar e a
motivação, e por factores extra-escolares,
como sejam o nível socioeconómico e a religião.
Os resultados do estudo mostram que quanto maior for o
nível socioeconómico, maior será
o rendimento escolar. Outra conclusão retirada
é que o índice de sucesso é maior
nos alunos solteiros e que entraram em primeira opção
na UBI. Todavia, a conclusão mais estranha prende-se
com o facto de que são os alunos, cujos pais têm
menores habilitações académicas,
aqueles que alcançam melhores rendimentos escolares.
“Fiquei admirada com este resultado. Mas acho que
encontro justificação: Os pais com mais
habilitações literárias estão
nas grandes cidades e não têm tempo para
dar atenção aos problemas dos filhos. Já
os pais menos letrados habitam normalmente em zonas mais
rurais, ou menos urbanas, em que ainda há o bom
hábito de conversar durante as refeições
e de perguntar aos filhos: como correu o teu dia de aulas
hoje?” – explica Catarina Cosme. Por fim,
o estudo ainda mostrou que o sexo feminino tem melhor
índice de sucesso, e que os alunos que moram em
casa dos pais ou de familiares possuem mais sucesso escolar
do que aqueles que vivem em quartos arrendados.
A tese de mestrado foi aprovada com “Muito Bom”
pelo júri composto por Pedro Pinto de Oliveira,
professor associado da Universidade do Minho, Manuel Loureiro,
professor associado da UBI, e Maria Eugénia Barbosa,
professora auxiliar da UBI.
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