Por Filipa Minhós


Os alunos da UBI foram o objecto de estudo desta tese

Catarina Cosme, professora de Matemática no Instituto Politécnico de Viseu, apresentou, no passado dia 3 de Junho, a sua tese de mestrado intitulada “Aplicação do modelo de regressão linear no estudo dos factores associados ao sucesso escolar nos cursos do Ensino Superior: Caso UBI”.
O estudo tem como objectivo a identificação dos factores de sucesso ou insucesso do rendimento escolar dos alunos do Ensino Superior. Catarina Cosme considerou uma amostra composta por estudantes de Ciências e Engenharia da Universidade da Beira Interior, aos quais propôs um questionário. Da análise do estudo dependem as características estruturais da organização, as características dos estudantes e as características do professor. No entanto, a autora da tese só trabalhou com variáveis intrínsecas referentes ao aluno, pelo que o contributo do seu estudo para as universidades e institutos politécnicos do País se torna um pouco limitado. “Através do inquérito fiquei a conhecer melhor as dificuldades e os antecedentes escolares dos estudantes. Mas admito que se tivesse tido em conta outras variáveis a tese seria mais completa e permitiria um maior número de conclusões” – afirma Catarina Cosme.
O índice de sucesso dos alunos é motivado por factores escolares, como o desempenho escolar e a motivação, e por factores extra-escolares, como sejam o nível socioeconómico e a religião. Os resultados do estudo mostram que quanto maior for o nível socioeconómico, maior será o rendimento escolar. Outra conclusão retirada é que o índice de sucesso é maior nos alunos solteiros e que entraram em primeira opção na UBI. Todavia, a conclusão mais estranha prende-se com o facto de que são os alunos, cujos pais têm menores habilitações académicas, aqueles que alcançam melhores rendimentos escolares. “Fiquei admirada com este resultado. Mas acho que encontro justificação: Os pais com mais habilitações literárias estão nas grandes cidades e não têm tempo para dar atenção aos problemas dos filhos. Já os pais menos letrados habitam normalmente em zonas mais rurais, ou menos urbanas, em que ainda há o bom hábito de conversar durante as refeições e de perguntar aos filhos: como correu o teu dia de aulas hoje?” – explica Catarina Cosme. Por fim, o estudo ainda mostrou que o sexo feminino tem melhor índice de sucesso, e que os alunos que moram em casa dos pais ou de familiares possuem mais sucesso escolar do que aqueles que vivem em quartos arrendados.
A tese de mestrado foi aprovada com “Muito Bom” pelo júri composto por Pedro Pinto de Oliveira, professor associado da Universidade do Minho, Manuel Loureiro, professor associado da UBI, e Maria Eugénia Barbosa, professora auxiliar da UBI.