Foram vários os campos científicos
abordados por este profissional
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Conferência
sobre Comunicação Sensível
Saber gerir o relacionamento
com os media
Quando uma empresa
vive uma situação de crise, como é
que deve actuar perante os meios de comunicação
social? Luís Paixão Martins, presidente
da empresa LPM Comunicação, respondeu a
esta questão numa conferência dirigida a
todos os alunos de Ciências da Comunicação
do ramo Relações Públicas. Mais do
que uma disciplina que abrange vários campos do
Marketing, as RP são uma área flexível
primordial em qualquer empresa.
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Por Ana Almeida
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Habitualmente associamos
o Marketing a uma ciência que se encarrega de amplificar
as mensagens ou produtos das empresas, através da
chamada comunicação de “efeito megafone”.
Todavia, nalgumas condições, a amplificação
das mensagens não é o mais importante, mas
sim a forma como são transmitidas ao seu público-alvo.
Foi neste âmbito que Luís Paixão Martins,
pioneiro da consultadoria de Marketing Institucional em
Portugal, veio à UBI explicar como funciona a sua
empresa.
Dirigida essencialmente para os alunos de Ciências
da Comunicação do ramo Publicidade e Relações
Públicas, a conferência realizada no passado
dia 2 de Maio focou a importância de uma “Comunicação
Sensível”, em casos de situação
de crise de uma empresa ou instituição.
A empresa LPM Comunicação dá o nome
de “Comunicação Sensível”
ao sistema de trabalho que é utilizado em situações
de crise. “O objectivo deste tipo de comunicação
é fidelizar a imagem, tentando circunscrever os riscos
e limitar os efeitos que a empresa enfrenta em casos de
crise”, refere Luís Paixão Martins.
Para desvalorizar a crise, as empresas devem ter uma equipa
de Relações Públicas que mantenha um
trabalho “permanente” de interacção
com os meios de comunicação social. As Relações
Públicas têm de ser encaradas como uma “actividade
que dá resultados e não apenas serem vistas
como um serviço público”.
Luís Paixão Martins defende que as empresas
devem, através de profissionais de Relações
Públicas, saber relacionar-se com os media, cooperar
e dar a informação que a imprensa quer, para
que esta não procure informação no
adversário. “Ao contrário do que se
pensa, não são as empresas a comprar os jornalistas.
Eles é que nos compram a nós”.
O primado das imagens na televisão e os textos mais
simples, mas também menos explicativos são
alguns dos aspectos que tornam a “nossa vida, em termos
mediáticos, em forma de tablóide de jornal”,
ou seja, comprimida e simplista. Luís P. Martins
afirma que “vivemos por impulso; emoção.
A racionalidade já não está tão
presente” na informação veiculada pelos
media. Pegando na elevada audiência do Jornal Nacional
da TVI, o orador declara que “o palco mediático
é, hoje em dia, dominado pelos mais “fracos”,
pelos que valorizam o carácter emocional. Os “poderosos”,
na sua racionalidade não conseguem viver com isso”.
Este facto faz com que as empresas prefiram “remeter-se
ao silêncio relativamente aos órgãos
de comunicação”. De maneira a contornar
esta situação, é primordial o trabalho
na área das Relações Públicas,
pois “quanto mais falarem com os media, maior território
de imagem esses sujeitos terão”. |
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