O evento foi organizado pela Liga dos Amigos de Valhelhas
No passado fim-de-semana
Festival de Verão animou Valhelhas

A iniciativa, organizada pela Liga dos Amigos de Valhelhas, contou com cabeças de cartaz como Mão Morta ou “Cool Hipnoise”. O evento realizou-se no passado fim-de-semana na aldeia do concelho de Manteigas.


Liliana Machadinha
NC / Urbi et Orbi


Festival da Serra da Estrela. É este o nome do primeiro festival de música organizado na região, que decorreu no passado fim-de-semana no parque de campismo de Valhelhas. Música e cultura portuguesas, ar puro, campismo e praia fluvial foram alguns dos atractivos do evento. Apesar de ser a primeira edição do Festival, a organização apostou “forte e feio” em grandes cabeças de cartaz. “Mind da Gap”, “Cool Hipnoise” e “Mão Morta”, estiveram em grande destaque no programa.
Organizar um evento musical deste tipo é uma ideia que “já tem muitos anos”, conta Nuno Abrantes, membro da organização. Ao mesmo tempo que se revitaliza e dinamiza a zona, também renasce a Liga dos Amigos de Valhelhas, há muito extinta, mas que agora reaparece “em grande”, ao organizar o I Festival da Serra da Estrela. Esta associação foi inicialmente criada há 18 anos e ficou definida, pelos seus fundadores, como uma ferramenta de divulgação e fomentação do património cultural local e regional. Os criadores da Liga dos Amigos de Valhelhas (LAV) chegaram mesmo a constituir a primeira televisão “pirata” do País, emitindo das suas instalações, durante aproximadamente um ano, onde funcionava em simultâneo a Rádio Televisão de Valhelhas (RTV).
Segundo as definições da associação, Abrantes, descreve o festival como uma forma de promoção da aldeia, da região e dos valores locais e regionais, como o artesanato e gastronomia. “Queremos fazer passar a ideia de um festival que cultiva a cultura portuguesa”, remata, ao garantir que “nunca” vão apresentar bandas estrangeiras, por ir contra os objectivos definidos. Para além da música, os visitantes poderam ainda desfrutar do ar puro, da praia fluvial e do parque de campismo, local conhecido e procurado como atracção turística, por quem gosta de natureza e descanso, durante as férias. O local onde decorreu o festival tem capacidade para cerca de mil e 200 campistas. Mas o espaço total dedicado ao evento ronda os dois hectares e tem capacidade para aproximadamente 20 mil pessoas. No parque de campismo, local onde decorreu o festival, esteve montado apenas um palco, onde acturam três grupos por dia, e a zona de “chill out”. Para além do espaço para concertos e para as tendas, estiveram repartidas, por todo o parque, cerca de sete tasquinhas, onde foram servidos pratos regionais, e seis barracas que se encarregaram de vender apenas as bebidas. Mas a organização disponibilizou ainda espaço para comercializar artigos de artesanato tradicional, como forma de divulgar a “cultura regional”, assegura Abrantes.
O total do orçamento rondou os 81 mil euros, valor que os organizadores esperam ver superado, pois cerca de 50 por cento das receitas revertem a favor de instituições de solidariedade da região.