Por Eduardo Alves


A comemorar cinco anos de vida, a ASTA mostra agora uma iniciativa que envolveu mais de 300 pessoas

Na comemoração do seu quinto aniversário, a Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA) decidiu avançar com um projecto totalmente inovador e que rompia com a concepção tradicional do que se entende por uma peça de teatro. “Queríamos fazer algo de completamente novo”, adianta António Abernú, encenador e também actor deste projecto. Vai daí, este grupo de teatro lançou uma página na Internet onde os visitantes poderiam inscrever-se num grupo de conversação e através dessa forma produzir todo o argumento desta peça. O portal entrou em funcionamento a 20 de Outubro de 2004 e terminou de receber participações a 10 de Dezembro desse mesmo ano. Durante um período de dois meses, o grupo refere que foram contabilizadas um total de 10 mil 870 conversações que tinham em vista a produção do argumento da peça.
Desde então, um plano, que à partida tinha previsto realizar-se com cinco actores acabou por envolver cerca de 20 e passou “do espaço virtual e das conversas realizadas via Internet”, para um filme com suporte digital. O resultado final desta primeira parte foi agora apresentado. Uma peça de 30 minutos onde vários personagens do quotidiano se encontram através da Internet. Nesse novo meio trocam impressões, palavras, pensamentos, mas não sensações. Isto porque, “num mundo dominado pelas novas tecnologias”, como referem os participantes neste evento, “não há máquinas que subsistam o homem”.

Um projecto em movimento

Os responsáveis da ASTA sublinham a importância desta nova ideia para o mundo teatral. Este é “um projecto sempre em movimento, devido à filosofia interactiva que está na sua génese”, reiteram.
De todas as novas atitudes surgidas ao longo do “Teatro Virtual”, António Abernú destaca o facto de “numa área tão debilitada como a da cultura surgirem estes novos processos vocacionados para a Internet, os quais conseguem atrair a atenção e participação de muitas pessoas”.
Foram também as vontades colectiva e interactiva, bem como “a expectativa social da utilização da Internet como uma forma da pessoa se tornar um agente social”, que segundo os responsáveis pelo projecto, “levou a um tão significativo número de participantes”.