O Centro de Investigação dos Têxteis é uma das estruturas incorporadas neste novo pólo
Dia Internacional dos Museus
UBI comemora abertura oficial

A Real Fábrica Veiga está oficialmente transformada em mais um pólo do Museu dos Lanifícios. A sua inauguração oficial ocorreu no passado dia 18 de Maio, data em que se assinala o Dia Internacional dos Museus.


Por Eduardo Alves


Foram muitos os amigos e contribuintes “desta nobre causa de preservar a memória colectiva” que se reuniram na sala polivalente do novo pólo museológico da UBI.
A UBI abre agora, de forma oficial, mais uma valência do Museu dos Lanifícios. Para a cerimónia foi escolhido o Dia Internacional dos Museus.
Em representação das entidades oficiais estiveram o vice-reitor da UBI, Luís Carrilho, o coordenador da AIBT Serra da Estrela, Lemos dos Santos, e a directora do Museu dos Lanifícios, Elisa Pinheiro.
O representante da UBI começou por referir que “foi o génio e a persistência de Elisa Pinheiro, que levaram a Universidade a transformar o edifico da Real Fábrica Veiga no que hoje é”. Um espaço cultural onde o ruído das máquinas e os fumos das fornalhas ecoam pelos longos salões “apenas na imaginação de quem se deixa levar por todos os objectos presentes”. Em dia de inauguração oficial, o coordenador dos projectos comunitários que apoiaram financeiramente a edificação do museu referiu também a importância deste mesmo. Lemos dos Santos sublinhou o facto “de na zona da Serra da estrela não existirem, até há algum tempo, estruturas capazes de atrair turistas, para além da própria serra”. Em tempo de chuva ou de difíceis condições climatéricas, “os turistas não vinham para a região”. Actualmente, “com o Museu do Pão, com o Museu do Queijo, com o Museu Judaico, com o Museu dos Lanifícios e com outras tantas estruturas museológicas espalhadas pela região conseguimos oferecer um vasto leque de atractivos”, acrescenta o responsável.



Fios do passado tecem futuro

O novo pólo do Museu dos Lanifícios vai incidir sobre os séculos XIX e XX

Foi entre paredes de granito e cantarias decoradas com tecidos manufacturados pelos covilhanenses que Elisa Pinheiro apresentou o novo pólo museológico. Nesta fábrica secular, agora transformada em museu funciona também “uma importante estrutura que nos permite encabeçar o projecto da Rota da Lã”, afirma Elisa Pinheiro. A responsável máxima pelo museu referia-se ao Centro de Interpretação dos Lanifícios. Este laboratório de pesquisa e preservação passa agora a funcionar na Real Fábrica Veiga centralizando várias acções do museu.
Mas foi mais do novo espaço que a directora falou. Um espaço “construído por muitos amigos que têm doado e dedicado grande parte do seu tempo e dos seus objectos a esta causa”, sublinha Elisa Pinheiro. A mesma diz ainda que “este novo espaço museológico pretende também retratar o avanço que a tecnologia veio introduzir nos têxteis, nos séculos XIX, XX e também no que estamos a viver”. Para além do espaço físico que agora se ergue junto à Ribeira da Goldra, o museu “é um equipamento cultural dinâmico”. Daí a ligação a projectos como a Rota da Lã e Translana.