Os escuteiros pretendem uma sede
própria e novos elementos
|
Debate sobre
o movimento
Escuteiros há
80 anos com “a casa às costas”
Uma das mais antigas
associações à escala mundial atravessa
hoje algumas carências. Os escuteiros pretendem
mais apoios por parte das entidades oficiais e a captação
de novos elementos.
|
Liliana Machadinha
NC / Urbi et Orbi
|
|
|
A Fraternidade Nuno Álvares
(FNA) e o Corpo Nacional de Escutas (CNE) organizaram um
fórum de reflexão sobre o “Passado,
Presente e Futuro”. Apesar da adesão à
iniciativa ficar aquém das expectativas da organização,
o balanço é “positivo”. Para além
da falta de apoios financeiros, a dificuldade em recrutar
crianças para os escuteiros é um dos problemas
mais sentidos pela FNA. Já o CNE manifesta a necessidade
de uma sede própria, pois anda há quase 80
anos com a “casa às costas”.
Jorge Carapito é o presidente da direcção
da FNA e considera que a falta de apoios financeiros, por
parte das autarquias, é uma dos problemas que o preocupa.
Mas salienta que a “batalha que o escutismo trava
actualmente” prende-se com o recrutamento de crianças.
Os jovens “preferem agarrar-se a um computador ou
à televisão do que pertencer aos escuteiros”,
lamenta, ao mesmo tempo que adianta que já estão
a ser tomadas “medidas de combate” a esta situação.
Organizar debates, colaborar com iniciativas sociais e dar
a conhecer o movimento à cidade são algumas
das acções previstas para inverter a tendência.
O CNE faz 80 anos no próximo dia 30 de Agosto. Paulo
Rodrigues é o chefe do agrupamento 20 da Covilhã
e o desejo que tem para este aniversário é
uma sede própria.
“Há quase 80 anos que andamos de casa às
costas”, lamenta ao esclarecer que a sede pode ajudar
a melhorar as condições para as actividades
dos jovens. Este agrupamento é um dos maiores movimentos
da Guarda, com cerca de 110 elementos efectivos, tendo todas
as quatro secções (Lobitos, Exploradores,
Pioneiros e Caminheiros) a funcionar. Apesar de se sentir
“feliz, porque o grupo continua a crescer”,
frisa que uma sede viria melhorar as condições
e poderia cativar mais jovens para o agrupamento. Mas os
problemas do CNE passam também pela falta de apoios
financeiros, apesar de algumas juntas de freguesia terem
ajudado a adquirir material pedagógico como a televisão,
o vídeo e o retroprojector. “Esporadicamente”
recebem alguns dinheiros da autarquia e ainda que a associação
não viva “desafogadamente”, o chefe Rodrigues
garante que “não por isso que se deixa de fazer
as coisas ou os jovens ficam limitados nas suas actividades”.
Em termos de iniciativas, o CNE está a criar um Centro
Escutista no Parque Florestal, que servirá para actividades
ambientais, mas também para alojamento do agrupamento
como de outros grupos de escuteiros que os visitem. Rodrigues
adianta ainda que outro dos objectivos, mas este a “curto
prazo”, é colocar o centro ao serviço
da cidade, de escolas e outras associações. |
|
|