Este
novo álbum trata, em primeiro lugar, do
segundo disco da banda de Cedric Bixler e Omar
Rodriguez fundada nas cinzas dos At The Drive-In.
Renascidos sob a designação Mars
Volta, os dois músicos já tinham
lançado, em 2003, o brilhante “De-Loused
in the Comatorium” que arrebatou a crítica.
Agora, na companhia de convidados como John Frusciante
e Flea (Red Hot Chilli Peppers), os Mars Volta
regressam com um registo ainda mais genial. Trata-se
de um álbum conceptual – e nunca
o termo foi tão pertinentemente aplicado
a um álbum – que tem por base o diário
de um órfão à procura da
mãe que nunca haveria de encontrar. Mas
a história nem é o mais importante.
Fascinante é o inedetismo da expressão
e das formas. Pode-se, com toda a propriedade,
afirmar que os Mars chegaram onde nunca antes
ninguém foi. Não porque tivessem
falhado, mas antes, porque nunca ninguém
o havia tentado.
É verdade que, aqui e ali, se encontra
um pouco do rock dos Led Zeppelin, uns pozinhos
do trip-hop dos Portishead, um cheirinho centro-americano
de Carlos Santana, uns vibes psicadélicos
dos Hawkwind. Mas o colectivo de Bixler e Rodriguez
não se limitou a baralhar e dar outra vez.
Criou, isso sim, um baralho completamente novo,
com novas figuras e valores. Com dois álbuns
absolutamente sublimes, os Mars Volta apresentam-se
como a primeira grande referência da música
made in século XXI.