Uma premonição do rock

do século XXI


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mars Volta



Universal | 2005


Este novo álbum trata, em primeiro lugar, do segundo disco da banda de Cedric Bixler e Omar Rodriguez fundada nas cinzas dos At The Drive-In. Renascidos sob a designação Mars Volta, os dois músicos já tinham lançado, em 2003, o brilhante “De-Loused in the Comatorium” que arrebatou a crítica. Agora, na companhia de convidados como John Frusciante e Flea (Red Hot Chilli Peppers), os Mars Volta regressam com um registo ainda mais genial. Trata-se de um álbum conceptual – e nunca o termo foi tão pertinentemente aplicado a um álbum – que tem por base o diário de um órfão à procura da mãe que nunca haveria de encontrar. Mas a história nem é o mais importante.
Fascinante é o inedetismo da expressão e das formas. Pode-se, com toda a propriedade, afirmar que os Mars chegaram onde nunca antes ninguém foi. Não porque tivessem falhado, mas antes, porque nunca ninguém o havia tentado.
É verdade que, aqui e ali, se encontra um pouco do rock dos Led Zeppelin, uns pozinhos do trip-hop dos Portishead, um cheirinho centro-americano de Carlos Santana, uns vibes psicadélicos dos Hawkwind. Mas o colectivo de Bixler e Rodriguez não se limitou a baralhar e dar outra vez. Criou, isso sim, um baralho completamente novo, com novas figuras e valores. Com dois álbuns absolutamente sublimes, os Mars Volta apresentam-se como a primeira grande referência da música made in século XXI.