José Geraldes
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Covilhã:
do têxtil para os serviços
O estudo do Observatório
para o Desenvolvimento Económico e Social da UBI,
que o NC referiu longamente na passada semana, revela
conclusões interessantes.
A primeira e a mais importante atribui à Covilhã
e ao seu concelho maior dinamismo empresarial. E isto
no conjunto dos 14 concelhos que integram a Associação
de municípios da Cova da Beira e Covilhã,
que o estudo abrangeu. Ou seja, na Beira Interior Norte,
para cá da Gardunha, a Covilhã foi motor
económico relevante.
Paralelamente, surgem outros dados conclusivos que, de
há uns anos, se vinham desenvolvendo como tendências
mas que agora se confirmam, sob o ponto de vista científico.
É o caso sobretudo da cidade que cada vez mais
adopta um figurino de terciarização. Os
serviços e o crescimento do ensino público
superior com as actividades anexas que arrastam, contam
a consolidação deste sector. Aliás,
este dado é notório no próprio pulsar
da cidade.
Quem julgasse um crescimento nos lanifícios, enganou-se.
Se bem que os lanifícios constituam uma parte considerável
da actividade do concelho, não entusiasmam os empresários
para investimentos neste sector.
Como explica Pires Manso, coordenador do estudo, e com
razão, a crise dos lanifícios aliada à
das confecções é susceptível
de retrair os empresários. O que se compreende,
pois seriam investimentos de risco, apesar do conhecimento
do sector.
Surpreendente, no âmbito do estudo, foi a subida
das empresas do comércio que atingem uma percentagem
de 34 por cento. O concelho da Covilhã registou
a criação do maior número de empresas
novas.
Uma pergunta que surge naturalmente. Ao dinamismo empresarial
correspondeu uma diminuição do emprego que
tem estado a aumentar? Pires Manso diz que não
se afigura a curto prazo a resolução do
problema do desemprego. E exemplifica que a abertura do
novo centro comercial da Sonae pode encerrar algumas lojas
mas criará novos empregos. De igual modo, o Parkurbis,
não absorvendo muita mão-de-obra, pode ser
uma rampa de lançamento para projectos inovadores.
E, em consequência, criar empregos de tecnologia
de ponta. As potencialidades da Covilhã são
postas, de novo, em evidência.
Os resultados deste estudo dão força a um
optimismo realista em ordem ao nosso futuro colectivo
regional. Lembre-se que os dados recolhidos se referem
a 2003, ano de pessimismo económico acentuado.
Esperemos por um novo estudo para se fazerem as necessárias
comparações e aferir o grau de evolução
verificado.
São de louvar estes estudos e a sua comunicação
ao público para conhecimento da realidade em que
vivemos. E para abrirem novas perspectivas para o desenvolvimento
regional.
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