Olhar para todas as envolvências do mundo do ecstasy foi uma das prioridades deste trabalho
Mestrado em Sociologia
“Viagem ao mundo do ecstasy”

Perceber e reflectir sobre as motivações dos jovens para uma adesão tão apaixonada ao ecstasy, nomeadamente em raves foi o objecto de estudo desta investigação.


Por Helder Lopes


No passado dia 2 de Maio, decorreu no anfiteatro 7.21 no Pólo IV da Universidade da Beira Interior (UBI) a apresentação da dissertação de mestrado elaborada por Ana Maria Frazão Valente.
A autora desta tese escolheu como tema “Viagem ao mundo do Ecstasy” porque “foi o impulso de seguir um tema que, para mim, fosse apaixonante, e a escolha recaiu sobre o consumo de drogas, associado à importância que estas têm na vida dos jovens”.
Sendo o Ecstasy um tipo de droga relativamente recente, Ana Maria Frazão afirmou que escolheu “o ecstasy como objecto de investigação pelo facto de se tratar de um droga social” ainda que, como salienta a autora “esta é consumida num contexto colectivo, estando esta droga intimamente ligada à emergência de um novo tipo de música, o techno, música esta ouvida nas raves”.
Tendo esta tese por objecto central, a caracterização do fenómeno do consumo de ecstasy num contexto cultural específico – raves – Ana Maria Frazão debateu-se com três hipóteses de investigação: a primeira defendia que o ecstasy seria consumido como um meio de atingir o bem-estar, prazer físico e como uma forma de divertimento; a segunda era baseada numa abordagem “territorial”, em que o ecstasy seria um meio de entrada num espaço-tempo mágico, um reino que nada tem a ver com a rotina do dia-a-dia; a terceira hipótese defendia que o consumo de ecstasy nas raves é levado a cabo com o fim de criar um reino do colectivo e eliminar o isolamento social, e, como confirmou a autora, “estas três hipóteses foram confirmadas depois de um trabalho de campo, através de observação participante em duas raves e num festival de verão onde convivi durante 3 dias com um grupo de jovens que consumiam ecstasy”.
A autora concluiu dizendo que “embora o meu trabalho tenha sido apenas exploratório, espero que contribua de alguma forma para o conhecimento desta realidade.”
A tese de mestrado recebeu a classificação de “Muito Bom” por parte de um júri composto por Maria Johanna Christina Schouten, professora associada da UBI, Maria Ivone Paredes pereira da Cunha, professora auxiliar do instituto de ciências sociais da Universidade do Minho e Maria Amélia Garcia Martins Bernardo, professora auxiliar da UBI.