Um golfe de 18 buracos
vai nascer na Quinta do Corjes. Esta foi uma das principais
conclusões dos trabalhos executados em mais uma
reunião de carácter privado do executivo
municipal covilhanense.
Na passada sexta-feira, Alberto Alçada Rosa, sublinhou
mais uma vez o seu papel de vice-presidente da autarquia,
dada que a suspensão de mandato do presidente eleito,
como é o caso, o coloca à frente dos destinos
do município. Foi pele voz do também responsável
pelos Serviços Municipais de Águas e Saneamento
(SMAS) que se conheceu a intenção do grupo
Brancal de construir um campo de golfe com 18 buracos
numa propriedade junto ao Bairro do Covelo, na Covilhã.
A “autarquia, e por se tratar de um projecto de
capitais privados, não tem qualquer tipo de papel
deliberativo”, explicou o agora presidente Alçada
Rosa. Contudo, o projecto foi dado a conhecer à
Câmara, “no sentido desta tomar medidas de
apoio ao projecto”. Estas acções passam
por prestar algumas ajudas à implantação
“de um projecto turístico e económico
de grande valor para o concelho”, reitera Alçada.
Ainda nesta mesma reunião foi promulgado um acordo
entre a Câmara da Covilhã e a REFER que diz
respeito à reforma da zona da Estação.
Um grande projecto que vai desde a passagem superior,
junto ao Eixo T-C-T, até à ANIL. Toda a
zona envolvente à linha de caminhos-de-ferro “vai
ser melhorada”. João Esgalhado, vereador
com o pelouro do Urbanismo explicou que o plano envolve
vários projectos que passam pela demolição
da actual sede da Associação Desportiva
da Estação (ADE), pelo arranjo do edifício
da estação de caminhos-de-ferro e pela construção
de várias zonas pedonais e de recreio junto ao
Jardim do Lago. Para aquela zona, a câmara aprovou
a construção de vários empreendimentos
imobiliários a serem suportados por capitais privados.
Uma medida que vai agora ser tornada legal, com a assinatura
de um contrato entre as partes envolvidas, para que os
trabalhos “possam arrancar logo de seguida”,
explica o vereador. Trabalhos que comportam também
a construção de um hotel e de residências
universitárias.
Vereadora sem pelouro e “presidente-deputado”
Quem não se mostrou tão positivo com a
reunião de sexta-feira passada foi o vereador da
oposição, Miguel Nascimento. O socialista
apontou várias irregularidades que “acontecem
nesta autarquia sem que ninguém faça ou
diga nada em contrário”. Um dos primeiros
pontos adiantados por Nascimento vai para a “falta
de ética política” de Carlos Pinto.
A suspensão de funções de presidente
da autarquia tinha começado já antes do
25 de Abril, contundo “o então deputado aparece
nas comemorações solenes do Dia da Liberdade
como presidente da Câmara, inaugura obras camarárias,
apresenta-se nas mesmas funções em diversos
actos públicos, como é o caso do aniversário
da UBI a 30 de Abril e em muitas outras situações”.
Para Nascimento, estas atitudes transcendem o bom-senso
e espelham “uma falta de ética pessoal e
política” do social-democrata Carlos Pinto.
Ainda em relação à dança de
cargos e cadeiras, Miguel Nascimento adianta um facto
curioso, “que toma até alguns contornos hilariantes,
mas que não deixa de ser um espelho da desorientação
e desorganização do actual executivo camarário”.
O vereador socialista referiu-se à nova vereadora
social-democrata, Ana Simões, que até aqui
desempenhava o papel de secretária do presidente.
Simões é agora vereadora “mas sem
pelouro”, sublinha Nascimento. Um facto que leva
o socialista a duvidar, “não das capacidades
pessoais, mas sim das funções desempenhadas
por esta nova vereadora”. Isto porque, “se
não tem qualquer pelouro, quais sãos as
funções desempenhadas por esta pessoa”,
interrogou Nascimento.
Outra das preocupações que foi mostrada
por Nascimento prende-se com o endividamento da Câmara
da Covilhã e com o facto de nenhuma acção
prevista para contrariar esta tendência estar a
resultar. Nascimento chegou mesmo a mostrar provas de
tais afirmações com cerca de uma dúzia
de lotes de terreno destinados a comércio e actividades
turísticas, que foram colocados para venda em hasta
pública, “mas que ninguém quis comprar”.
Um dos procedimentos apontados pela câmara que tinham
como objectivo fazer face ao endividamento “era
a alienação de património”.
Algo que não está a correr bem “como
muitas outras coisas”, refere Nascimento. De entre
os vários lotes de terrenos voltou a figurar uma
superfície situada no acesso à Covilhã,
onde a câmara espera ver nascer mais um hotel. Este
lote está já colocado em leilão pela
terceira vez. Contudo, “nem para este, nem para
mais nenhum, existiram compradores”, afirma Nascimento.
Daí que, para o único vereador da oposição,
este seja mais uma “das muitas medidas do actual
executivo” que não resultam.
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