É por estas
alturas que o executivo social-democrata, que tem vindo
a conduzir os destinos da autarquia, mais anseia pelos
dotes retóricos de Carlos Pinto. Com este na Assembleia
da República, os “laranjas” têm
de se arranjar com a prata da casa. Mas nem as intervenções
académicas do vereador Luís Barreiros, nem
as muitas defesas de honra do líder de bancada
João Pinto foram suficientes para contradizer os
números “negros” apresentados pela
oposição.
A dívida da autarquia está neste momento
em 91 milhões de euros. Um facto que gerou grande
incómodo junto da maioria dos representantes. Até
mesmo a deputada do CDS-PP questionou o executivo social-democrata
sobre “tão baixo índice de execução”.
A tarde começou por ser marcada com a intervenção
do socialista, Artur Meireles. O líder da bancada
socialista lembrou os representantes daquele órgão
que “a Covilhã está agora na lista
das 45 autarquias que atingiram o índice máximo
de endividamento”.
Um argumento que Barreiros tentou deitar por terra ao
referir a possibilidade de “em breve, o Governo
aumentar a capacidade de endividamento das autarquias”.
Mas foi também num campo de possibilidades que,
com a ajuda de mais de 50 diapositivos, Barreiros explicou
o porquê de tão grande dívida.
Refugiando-se nas contas herdadas do mandato socialista
de Jorge Pombo, o vereador com a pasta financeira referiu
que ainda se estão a pagar vários empréstimos
contraídos naquela altura. Um facto que em nada
explicou os “muitos e elevados empréstimos
que agora estão a ser contraídos”
retorquiu Meireles. De facto, por mais “exercícios
académicos” – expressão que
Barreiros utilizou até à exaustão
– os responsáveis autárquicos não
conseguiram digerir ou tampouco disfarçar o enorme
buraco financeiro. No final da sessão, as contas
de gerência e os relatórios do município
acabaram por ser aprovados com 33 votos a favor, da bancada
social-democrata e do CDS-PP e 11 contra, das bancadas
socialista e comunista.
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