A acção de formação
do Sindicato de Professores versou sobre o papel do aluno
|
SPZC apresentam
conferência
O aluno como protagonista
na Educação
O Sindicato de Professores
da Zona Centro (SPZC) organizou uma Acção
de Formação com o tema “O aluno no
centro do processo educativo”. Nesta palestra esteve
o convidado Fernando Regateiro, ex-presidente da Confederação
Nacional de Associações de Pais (CONFAP),
que veio à Covilhã expressar as suas ideias
sobre o que poderá ser mudado na área da
educação.
|
“Ao colocarmos o
aluno no centro do processo educativo estamos a formar uma
futura cidadania”. Foi esta a principal mensagem que
o Sindicato de Professores da Zona Centro (SPZC) quis transmitir,
no passado dia 28 de Abril, a todos os professores presentes
no anfiteatro 8.1, do Departamento de Engenharia, na UBI.
A acção de formação, destinada
a todos os docentes dos vários graus de ensino da
rede pública e privada, teve como principal objectivo
promover a colocação do aluno no centro de
todo o processo educativo. “O protagonista do processo
deve ser o aluno. O papel do professor deve ser o de orientador,
dinamizador e responsável pelo aluno,” defende
Carlos Costa, Dirigente do SPZC.
Fernando Regateiro, docente na Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra, alerta para o facto do ensino português
dar primazia às questões administrativas e
burocráticas do sistema de ensino. Para o formador
convidado, a educação “é esmagada
pelo peso do sistema e é este que está no
centro do processo educativo, o que torna invisível
o essencial – o aluno.”
A aquisição de valores e o processo de socialização
ajudam o aluno na formação da sua personalidade,
na sua “autoconstrução social e ética”
e a “estar preparado para enfrentar o mundo”.
Carlos Costa afirma que “a génese do conhecimento
vasto deve englobar a partilha e o envolvimento com os outros,
para que haja o verdadeiro exercício da cidadania”.
O extenso programa curricular “limita” o espaço
para a reflexão dos conhecimentos que o aluno adquire
ao longo dos seus estudos. Segundo Fernando Regateiro, “não
basta cumprir calendários, deve também haver
parcimónia com a discussão” do que é
ensinado e adquirido. Na maioria das vezes os jovens estudantes
“desmotivam-se” com a extensa abordagem de um
tema. Para o professor, “no programa deve estar o
essencial, de maneira a que o aluno ganhe asas para perceber
o mundo.”
A relação entre aluno e professor é
essencial para que o processo educativo funcione correctamente.
Na opinião de Carlos Costa, “o professor deve
estar inserido no mesmo meio que o aluno, para que possa
conhecê-lo melhor”. Contudo, a instabilidade
decorrente da colocação de professores é
algo que “complica” e dificulta a aproximação
entre docentes e alunos. “Quando um professor é
constantemente transferido de estabelecimento de ensino
é sintomático de que assim não é
possível fazer-se um trabalho consistente, e isso,
infelizmente, acontece.” Apesar do actual problema
no sistema educativo português, Carlos Costa acredita
que se houver “uma abertura por parte do poder político,
a estabilidade do corpo docente é possível.
Já estivemos mais distantes dessa possibilidade”.
No próximo mês de Junho, o SPZC irá
organizar um encontro zonal na cidade de Castelo Branco
que juntará cerca de um milhar de professores jubilados
de toda a zona centro do País. |
|
|