Segundo o autarca local,
o social-democrata Manuel Frexes, é na altura em
que o Fundão caminha “na senda do desenvolvimento”
que é seriamente “abalado”, por uma decisão
que classifica de “triste e lamentável incidente”.
O edil lembra que o projecto da Escola resultou de “um
longo, aturado e moroso processo, que conheceu muitas negociações
e diligências” e classificou de “errada
e injusta” a decisão de a travar.
A criação da escola, diz Frexes, corresponderia
a uma visão estratégica na formação
qualificada e, por outro, permitia “o acesso de muitos
jovens ao Ensino Superior com saídas profissionais
adequadas”, explica, lembrando que o Fundão
é a única cidade da Beira Interior que não
tem Ensino Superior.
Já antes António Saraiva, do PSD, e em nome
do grupo parlamentar, salientara que “o Fundão
não pode permitir um novo rude golpe”.Na Praça
do Município, alguém colocou durante e noite
faixas negras em sinal de luto, pela decisão do Governo.
Uma placa questionava mesmo o primeiro-ministro. “Porque
nos tirou o Ensino Superior Eng. José Sócrates?”,
lia-se no cartaz.
Abaixo-assinado a circular
Entretanto, já na passada semana o presidente da
Câmara do Fundão tinha posto a circular,
junto de todas as juntas de freguesia e instituições
do concelho, um abaixo-assinado dirigido ao Governo, reivindicando
a abertura da Escola Superior de Turismo na cidade. "A
Escola Superior de Turismo do Fundão foi criada
no âmbito do Instituto Politécnico de Castelo
Branco (IPCB) para dar resposta a necessidades concretas
de formação e qualificação
dos jovens numa área estratégica, como é
o turismo, importantíssima para o desenvolvimento
do país, da região e do concelho",
refere o abaixo-assinado.
Os subscritores pedem por isso ao Estado Português
que "cumpra os compromissos por si próprio
assumidos e concretize a criação da Escola
Superior de Turismo do Fundão (EST)", lê-se
no documento. Manuel Frexes, presidente da Câmara
do Fundão e primeiro subscritor do abaixo-assinado,
lança agora o apelo "a todos os que querem
o desenvolvimento do Interior", para que assinem
o documento.
Também esta semana a União dos Sindicatos
classificou a decisão de Sampaio de “incompreensível”,
já que o desenvolvimento da região carece
“de formação e fixação
de quadros superiores”. |