O novo serviço vai evitar a deslicação de doentes a outras unidades hospitalares
CHCB
Hospital já faz recolha de amostras de medula

A partir de ontem, o Hospital Pêro da Covilhã tem ao serviço da população um banco de dadores de medula. Assim, quem quiser fazer uma doação para ajudar alguém já não precisa de ir a Coimbra.


NC / Urbi et Orbi


Encontrar um dador de medula compatível é difícil, mesmo entre os membros da família do doente, daí recorrer-se aos bancos de dadores. A implementação da área de Histocompatibilidade no Hospital Pêro da Covilhã vem responder a um pedido feito por uma pessoa da região que queria ser dador, para tentar ajudar uma pessoa que precisava de uma medula compatível, conta o administrador Miguel Castelo Branco, que anunciou este novo projecto na passada terça-feira, 26.O banco de recolhas entra em funcionamento já esta segunda-feira, 2 de Maio, e recebe amostras todas as segundas-feiras de cada mês.
Para evitar que as pessoas se deslocassem a Coimbra ou a outros grandes centros, para fazer a doação, a Administração de Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) implementou uma área de recolha de amostra no hospital, que funciona na secção de Imunoterapia. Assim, cabe ao CHCB executar os exames clínicos, fazer a recolha das amostras e identificar o dador. Em seguida, as colheitas são enviadas para o banco de dadores do Centro de Histocompatibiliadde de Coimbra, que trabalha em colaboração com o hospital.
A recente medida pretende “facilitar a vida ás pessoas”, tanto aos dadores como aos doentes, pois “pode contribuir para a diminuição das listas de espera”, acrescenta Castelo Branco.

Novo sistema acaba com “papelada”

Outra das novidades anunciadas no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) é a implementação do sistema informático de partilha de informações chamado “ALERT”, que necessitou de um orçamento superior a um milhão de euros. O sistema permite poupar tempo nas diversas áreas, nomeadamente no atendimento, requisito de exames ou mesmo do historial do doente.
A instalação do sistema informático pretende que o atendimento ao utente e a prestação dos diversos serviços sejam mais rápidos e eficientes. Outro dos “aspectos positivos” desta medida, assegura Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração do CHCB, é a possibilidade de partilhar as informações com outras áreas hospitalares, que também tenham implementado o sistema. À semelhança do que acontece noutros países europeus, os utentes portugueses poderão ser atendidos, consultados e medicados em qualquer hospital de Portugal. O sistema permite que, ao inserir-se os dados pessoais do paciente, o historial clínico do doente apareça imediatamente no monitor do computador e, assim, o médico saiba os problemas do doente e a medicação receitada. No início do programa, as informações serão apenas partilhadas com o Hospital do Fundão, uma vez que pertence á rede do CHCB, requerendo da permissão do paciente.
O sistema “ALERT” vai entrar em funcionamento já em Maio. Segundo o presidente do Conselho de Administração, a rede é segura e só pode utilizada pelos profissionais de saúde de Urgência Geral, através de uma palavra-chave. Mas com a utilização do sistema, pretende-se também “acabar com a papelada, que apesar da vigilância, circula e podem acontecer alguns olhares indiscretos”, acrescenta Castelo Branco. Inicialmente, serão apenas três áreas de saúde que utilizam o “ALERT”, sendo elas a Urgência Geral, Pediatria e Obstética.
O “ALERT” funciona como uma rede de interacção entre as áreas de Urgência, Serviços Sociais, Laboratórios e Imagem, nomeadamente. Como tudo será feito no computador, desde a ficha de admissão até à alta do utente, outros problemas, como a ilegibilidade, históricos e informação clínica em tempo real, estão resolvidos. Como explica Castelo Branco, a dificuldade em ler e perceber as receitas vai deixar de acontecer, uma vez que também serão electrónicas. “A assinatura do médico é a única coisa que é escrita na receita”, adianta.
O “ALERT” permite também que o doente “não seja esquecido”, garante Filomena Lourenço, directora do Serviço de Urgência. Por vezes pode acontecer que o médico dê alta ao doente, sem ter recebido todos os resultados dos exames ou análises requisitadas, esclarece a directora. As requisições são feitas no computador, que avisa as diferentes secções desse pedido. Quando os resultados estiverem prontos, o sistema lança alertas ao médico que requisitou os exames e só pára de avisar quando os resultados forem vistos. Se o profissional de Saúde quiser dar alta ao paciente, também tem de inserir a ordem no sistema, e se os resultados pedidos ainda não estiverem prontos, o computador não aceita e explica as razões dessa rejeição. Com o sistema de lançamento de alertas evita-se também o extravio de exames, situação que pode acontecer com a papelada, pois circula de lado para o outro. A única desvantagem do sistema refere-se a algumas possíveis perturbações no atendimento aos utentes do CHCB, durante o primeiro mês de implementação.