Foi ao som de foguetes
que acordou o dia. Passam 31 anos sob a revolução
popular e militar que derrubou o regime salazarista. Com
o País desperto da grande noite fascista, o dia desta
viragem é sempre comemorado com pompa e circunstância.
Este ano, a Covilhã não quis deixar de dar
cartas nestas iniciativas e mostrou que “o 25 de Abril
é uma das datas mais importantes na vida desta cidade”.
A alusão foi feita por Alberto Alçada Rosa,
agora presidente da Câmara Municipal da Covilhã.
Carlos Pinto deixa assim, por algum tempo, a autarquia e
passa a fazer parte da Assembleia da República como
deputado pelo círculo de Castelo Branco.
A manhã começou com a inauguração
de uns balneários junto ao pavilhão do Clube
Desportivo da Covilhã (CDC). Esta estrutura de apoio
às práticas desportivas que se realizam naquele
local há muito que vinha sendo pedida pelos responsáveis
associativos. Com a ajuda do clube, da câmara e da
junta de freguesia local, os balneários foram agora
construídos.
O ponto alto das comemorações foi, ainda assim,
no Salão Nobre do edifício dos Passos do Concelho.
A bandeira subiu ao ritmo do hino nacional que era entoado
por uma orquestra filarmónica e deu-se início
à sessão solene. Uma acção onde
todos os partidos falaram abertamente sobre o 25 de Abril,
e sobre o estado actual da democracia.
Intervenções que foram desde o referendo ao
aborto até à retirada de cartazes por parte
da câmara municipal. Este último aspecto foi
abordado pelo representante do Partido Comunista, o qual
referiu “que para algumas pessoas, parece que o 25
de Abril não existiu”.
Passadas as formalidades e contingências da sessão,
deputados, e demais representantes autárquicos e
associativos dirigiram-se ao Jardim do Lago. Um gesto que
teve como objectivo inaugurar uma das ruas que ladeia a
infra-estrutura. A via aberta há pouco tempo passa
agora a chamar-se de “Rua Irmãos Bonina”.
Esta escolha recaiu em tudo o que estes dois covilhanenses
fizeram pela cidade neve.
Assinada a passagem do saneamento para privados
Durante as comemorações oficiais do 25
de Abril, os responsáveis camarários assinaram
também o acordo que prevê a passagem do saneamento
e tratamento de águas residuais para uma entidade
privada.
A partir desta data será a Águas da Serra
(AGS), do grupo Somague, a tratar de todos os efluentes
do concelho da Covilhã. Durante os próximos
dois anos serão construídas duas grandes
estações de tratamento de águas residuais
na Covilhã e em Unhais-da-Serra. Outras 14 estruturas,
de dimensões mais reduzidas serão também
edificadas nas restantes freguesias do concelho.
Todo o investimento inicial será feito pela empresa
agora criada pela Somague e que vai explorar, durante
um período de 30 anos, estes serviços. Findo
este prazo, as estruturas revertem para a câmara
municipal.
Alçada Rosa refere que este “foi um dos mais
fortes sinais do desenvolvimento da Covilhã”.
Isto porque, segundo o agora presidente de câmara,
“o Zêzere deixa de ser poluído pelos
esgotos do concelho”. Já para os representantes
da oposição, a história não
é tão certa assim. Em comunicado enviado
à imprensa, o único vereador socialista
na Câmara da Covilhã apresenta as contas
da autarquia e o forte endividamento a que está
sujeita. O acordo agora realizado “vem obrigar a
um ainda maior esforço financeiro”, refere. |