José Geraldes
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Telemóveis
e saúde
O uso frequente e
demorado do telemóvel faz mal à saúde?
Se bem que não haja determinações
médicas conclusivas e se verifiquem até
contradições, a maioria dos estudos alerta
para os perigos que podem advir de conversas prolongadas.
Na previsão do maior uso do telemóvel no
Natal e passagem do Ano Novo, a Direcção-Geral
de Saúde publicou uma nota informativa, no passado
mês de Dezembro, sobre os efeitos dos sistemas de
comunicação móveis na saúde
humana. Nota a que pouco se ligou, perdendo o seu carácter
pedagógico. Mas é um facto significativo
a sua publicação, por motivos óbvios.
Há estudos que se devem ter em conta dada a sua
seriedade. E as conclusões a que chegaram, são
um aviso para se utilizar o telemóvel de forma
a não pôr em perigo a saúde.
Eis alguns exemplos. A partir de conversas de 20 minutos
sem parar, as radiações podem causar efeitos
perigosos. Após uma hora de exposição
à potência de um telemóvel, os vasos
sanguíneos do cérebro correm o risco de
sofrer alterações. Um estudo feito na Suécia
em 11 mil utilizadores de telemóvel sobre as radiações
revelou sintomas de fadiga, dores de cabeça e ardor
na pele nas pessoas que mais falavam. Um outro estudo
da Comissão Radiológica do Reino Unido sugere
que, em face dos perigos anunciados, os menores de 8 anos
nunca deviam usar telemóvel.
A relação com tumores cancerígenos
está presente em todos estes estudos. E inclusive
um grupo de investigadores alemães numa experiência
de quatro anos descobriu danos no ADN impossíveis
de reparar.
É caso para se entrar em pânico? Os cientistas
não chegam aí mas propõem cautelas
a tomar para se evitarem consequências malignas.
Além das conversas limitadas, há conselhos
médicos a ter em conta. Conselhos que a Organização
Mundial de Saúde e a Direcção-Geral
de Saúde portuguesa recomendam.
A preferência vai para o uso de auriculares de forma
a afastar o aparelho da cara e assim evitar as radiações.
Pôr igualmente de parte as capas anti-radiação,
pois têm efeitos contrários por concentrarem
a sua potência. Quando a rede estiver fraca, não
usar o aparelho. E sempre que possível enviar mensagens.
Por causa do coração, não colocar
o telemóvel no bolso da camisa.
Um grupo social de risco é o das crianças.
A razão é clara. As crianças absorvem
doses mais fortes de energia do que os adultos. E quanto
mais cedo começam a usar telemóvel, maior
tempo têm de exposição. E podem, por
isso, sofrer mais profundamente os efeitos das radiações.
Aos pais cabe o dever de saber gerir a questão.
O telemóvel desempenha um papel social inegável.
E veio facilitar a vida de todos nós. Ninguém
hoje dispensa este aparelho. E Portugal é dos países
da União Europeia com uma das taxas de penetração
mais elevadas. Em concreto, 92 por cento dos portugueses
têm telemóvel. A média europeia está
nos 84 por cento.
Mas o uso do telemóvel não pode prejudicar
a nossa saúde. Daí a atenção
aos seus malefícios para usufruirmos dos seus benefícios.
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