O clima económico
de Portugal não é favorável à
criação de empresas. A maioria dos portugueses
mostra desejo de desenvolver o seu próprio negócio,
mas o receio de falhar, o excesso de burocracia, e a falta
de capital inicial para o arranque de novas empresas são
grandes obstáculos à cimentação
de um espírito empreendedor no nosso País.
“Os números falam por si. Um estudo europeu
mostra uma taxa empreendedora em Portugal de apenas quatro
por cento, contrabalançando com uma média
de dez por cento nos países europeus mais desenvolvidos”,
explica Maria José Silva, professora no Departamento
de Gestão e Economia da UBI. Esta foi a principal
problemática abordada na conferência sobre
empreendedorismo, do passado dia 13 de Abril.
Maria José Silva e Mário Raposo, vice-reitor
da UBI, foram os convidados para apresentarem mais uma
conferência sobre empreendedorismo, desta vez direccionada
especificamente para os alunos de engenharia. Esta iniciativa
dos Departamentos de Engenharia Electromecânica
e de Gestão e Economia pretendeu sobretudo difundir
uma cultura de empreendedorismo dentro da Universidade,
assente numa base tecnológica.
O desenvolvimento de empresas de base tecnológica,
alicerçado na investigação que é
feita nas universidades, possibilita a origem de produtos
inovadores. Posteriormente, estes serão comercializados
como produtos de maior valor acrescentado e com maior
penetração nos mercados mais desenvolvidos
a nível mundial. “É necessário
aproveitar as tecnologias da engenharia e complementá-las
com a economia e a gestão, para se conseguir a
criação de empresas bem sucedidas”
– afirma Maria José Silva.
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Fomentar a iniciativa individual
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Considerada como uma das actividades fundamentais para
promover o emprego, a riqueza e o desenvolvimento de empresas
de um País, “o empreendedorismo deve fazer
uma interligação entre as universidades
e o meio empresarial” – salienta Mário
Raposo. O vice-reitor da UBI adianta ainda que “a
UBI, mais do que ensinar e investigar, tem um espírito
ligado ao empreendedorismo”. Neste sentido, o estímulo
dado aos alunos para esta temática passa por leccionar
disciplinas de empreendedorismo em quase todas as licenciaturas
da Universidade da Beira Interior. Além disso,
a Universidade está a apostar ainda na criação
de um curso de empreendedorismo, para fazer uma adequação
da tecnologia ao fim empresarial, cujo objectivo final
é a venda do produto no mercado.
Também o Parque de Ciência e Tecnologia da
Covilhã (Parkurbis), uma ideia que surgiu da UBI,
vai dispor de um Centro de Apoio à Investigação
e ao Empreendedorismo (CAIE). Este centro tem como função
fornecer apoio para a criação de planos
de negócios de empresas e dar formação
avançada na área do empreendedorismo.
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