“É urgente
que se accione de imediato a cláusula de salvaguarda
específica para produtos finais mais sensíveis
em Portugal”. É este o apelo dos dirigentes
do PCP do distrito na sua próxima campanha em defesa
do sector têxtil e intitulada “Antes que seja
tarde”.
Na Covilhã e em Castelo Branco, os respectivos
Centros de Trabalho anunciaram na passada semana, o início
da campanha para dia 7 de Maio próximo. O objectivo
é mobilizar o sector têxtil e a população
em geral para sensibilizar o Governo a solicitar à
Comunidade Europeia a tomada de medidas que impeçam
o agravamento da crise na indústria de vestuário
e confecções. Sector com uma presença
significativa no distrito de Castelo Branco, em especial,
na Cova da Beira.
Em causa está a liberalização do
comércio internacional de têxteis e de vestuário,
em vigor desde o início deste ano. Recorde-se que,
ao abrigo da nova lei, os produtos asiáticos entram
no mercado europeu a um preço muito reduzido em
comparação com os fabricados no sul da Europa.
Situação que tem deixado apreensivos os
industriais nacionais.
O PCP pede, agora, ao Governo que solicite a aplicação
da cláusula de salvaguarda específica “para
não se tornar coveiro da indústria têxtil
portuguesa”. Segundo os responsáveis comunistas,
“é inaceitável que a Comissão
Europeia, que até agora não fez nada para
salvaguardar os têxteis dos países do sul
da Comunidade, já tenha actuado na defesa de meia-dúzia
de grandes empresas britânicas e alemãs da
indústria química, criando taxas para a
importação de produtos essenciais para a
indústria de confecção que fica,
assim, sujeita a custos mais elevados, e sem capacidade
de concorrência com as produções asiáticas.
Depois de Carlos Carvalhas e Ilda Figueiredo terem levado,
em anos anteriores, estas preocupações a
Bruxelas, é agora a vez de Pedro Guerreiro apresentar
um novo estudo à Comissão de Desenvolvimento
Regional do Parlamento Europeu, onde é defendida
a necessidade da “salvaguarda” e a criação
de um programa comunitário de apoio e promoção
do sector têxtil dirigido às regiões
onde este tem forte presença, como é o caso
da Cova da Beira.
A proposta também vai ser apresentada na Assembleia
da República, acompanhada por um abaixo assinado
que irá circular durante as acções
da Campanha que, no dia 7 de Maio, tem início em
Guimarães.
Na região, as iniciativas ainda não estão
calendarizadas, mas podem passar, para além da
distribuição de propaganda de sensibilização,
por um fórum com vários agentes envolvidos
no sector da região: trabalhadores, empresários,
sindicatos, associações e técnicos.
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