Apostar na divulgação
de temas, que acabam por ser abordados de uma maneira
muito superficial nas aulas, é o principal contributo
da primeira semana de conferências de Engenharia
Electromecânica. De facto, mostrar aos alunos a
investigação que se faz no ramo a nível
nacional possibilita o alargamento do leque de conhecimentos
destes futuros engenheiros. “O nosso objectivo foi
dar a conhecer certos temas pouco falados no curso. Não
conseguimos dar muito mais do que isso neste momento.
Todavia, nós damos o empurrão para os alunos
mais interessados, que com certeza pesquisarão
melhor as temáticas abordadas” – refere
Heloísa Diogo, presidente do NEUBI (núcleo
de estudantes de Engenharia Electromecânica.
Esta iniciativa parte do NEUBI e decorreu entre os dias
4 e 8 de Abril, contando com o apoio e incentivo do Departamento.
Há já quatro anos que o núcleo de
Engenharia Electromecânica não realizava
um ciclo de conferências. “Já há
bastante tempo que não realizávamos nada.
No passado, havia ciclos com a duração de
dois ou três dias, pelo que este ano decidimos inovar
e pôr em prática a primeira semana de conferências
de Electromecânica” – explica Heloísa
Diogo.
Tentando criar uma maior credibilidade junto da Ordem
dos Engenheiros, o curso de Engenharia Electromecânica,
em Portugal, apenas existe na Universidade da Beira Interior
– facto com qual o Departamento se debate constantemente,
devido ao isolamento em que este curso se encontra pela
falta de congéneres. “Embora a Ordem acredite
este curso, não vê com bons olhos a fusão
de duas engenharias tradicionais, a Electrotécnica
e a Mecânica. Como tal, os alunos licenciados passam
a ser membros, ou da ordem do colégio de Engenharia
Mecânica, ou do colégio de Engenharia Electrotécnica
– adianta Francisco Brojó, presidente do
Departamento de Electromecânica. Francisco Brojó
dá garantias de qualidade por parte dos alunos
formados na UBI e acredita que um colégio de Electromecânica
já se justifica na actualidade. “Neste momento
já há licenciados suficientes e grande parte
deles estão colocados como directores gerais de
empresas nacionais e multinacionais. O grande problema
é que estamos há pouco tempo na Ordem, para
que seja criado esse mesmo colégio” –
acrescenta o presidente do Departamento.
As novas teconologias marcam
esta licenciatura
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Ligação à tecnologia
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A Engenharia Electromecânica está muito
interligada com as novas tecnologias. As conferências
pretenderam sobretudo abordar as mecânicas, as electrónicas,
e as termodinâmicas relacionadas com a cogeração
– sistemas térmicos dos edifícios
–, e os sistemas inteligentes, numa perspectiva
tecnológica de futuro de automatização
dos processos. Para debater tais assuntos, o núcleo
convidou principalmente oradores da casa e alguns professores
do Instituto Superior Técnico de Lisboa. “Como
são as primeiras conferências, decidimos
que os nossos palestrantes seriam em grande maioria professores
aqui da UBI, de forma a ganharmos experiência e
maturidade para novas iniciativas mais elaboradas”
– justifica André Sá, membro do núcleo.
Quanto às expectativas criadas relativamente à
adesão dos alunos a esta iniciativa, o núcleo
sente-se «um pouco desapontado». A falta de
disponibilidade de certos professores em darem dispensa
das aulas para este tipo de actividades condiciona o número
de presentes na plateia das conferências. Os alunos
acabam por seleccionar e assistir somente aos temas que
consideram mais interessantes. “Os professores que
não dispensam os alunos têm uma perspectiva
errada. Não é o facto de faltar a uma aula
numa semana que iria cortar a linha de raciocínio
que eles têm num semestre. Assim, as aulas continuam
a decorrer e muitos dos alunos não querem faltar
às aulas para virem assistir às conferências”
– salienta ainda Francisco Brojó. No próximo
dia 9 de Abril terá lugar ainda na universidade
um encontro de licenciados de Engenharia Electromecânica
na UBI.
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