“Reparar, substituir,
regenerar e algumas gotas do elixir da juventude”
foi a conferência que, no passado dia 6 de Abril
no, anfiteatro 6.1, encerrou esta iniciativa.
Organizado pela Fundação para a Ciência
e Tecnologia e pela Fundação Calouste Gulbenkian,
a que a UBI se associou, tinha como objectivo principal
despertar o gosto pela ciência junto dos jovens.
Mário Barbosa, do Instituto de Engenharia Biomédica
da Universidade do Porto foi o orador de serviço
para este colóquio, que não teve no anfiteatro
a presença de muito público, mas a audiência
desta iniciativa é difícil de medir, já
que foi transmitida para todo o mundo através de
Internet.
Rita Salvado, do Departamento de Engenharia Têxtil
e ligada à organização do «Desperta
Para a Ciência» na UBI, salienta que «o
grande objectivo era promover a cultura científica
e foi muito interessante trazer os conferencistas e o
seu trabalho». Rita Salvado refere ainda que «a
audiência variou, mas veio muita gente e conseguiu-se
despertar o interesse pela ciência».
Regeneração de tecidos
A exposição de Mário Barbosa centrou-se
sobretudo na regeneração de tecidos humanos
danificados, como por exemplo, a reconstrução
de um osso partido. O professor do Porto começou
por falar dos métodos utilizados actualmente nesta
área, que são a reparação
e a substituição.
“A reparação de um osso pode ser feita
com uma placa de aço inoxidável colocada
até o osso ser reparado. Caso não haja possibilidades
de reparação passa-se para a substituição
por uma prótese” – explicou o orador.
Os estudos que o grupo de trabalho de Mário Barbosa
está a desenvolver questionam, segundo o próprio,
“a possibilidade de usar outros materiais, que não
obriguem à revisão da prótese”.
Aqui entra-se na área da regeneração.
Esta é uma área ainda não desenvolvida
em que “as únicas coisas que não são
ficção são a regeneração
de pele e cartilagens, tudo o mais são apenas conjecturas”,
diz Mário Barbosa. Um caminho de investigação
apontado é preencher o espaço de uma falha
óssea, por exemplo, com células que captem
as substâncias certas para a regeneração,
utilizando uma estrutura biodegradável que desapareça
depois de reconstruído o tecido.
O grande problema que se levanta aqui é a utilização
de células adequadas para reconstruir o tecido
certo, porque existem diferentes tecidos, como o de osso
ou o de músculo.
Esta última iniciativa
falou sobre a regeneração de tecidos
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Animais regeneradores
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Outro caminho de investigação apontado
pelo orador foi a aprendizagem com alguns animais que
fazem regeneração dos seus próprios
tecidos, e dos quais foram dados alguns exemplos nesta
conferência.
O primeiro caso apresentado foi o dos répteis,
como os lagartos. Alguns destes, se lhes for cortada a
cauda, esta voltará a crescer. Outro exemplo foi
o também conhecido processo de regeneração
das estrelas-do-mar, que facilmente fazem crescer novos
braços. O professor deu ainda mais o exemplo, caso
dos ouriços-do-mar, que cavam rocha com os seus
dentes, apenas os desgastando, sendo que o dente cresce
de novo. Para Mário Barbosa “se soubéssemos
melhor como estas criaturas regeneram os seus tecidos
podíamos estar mais avançados”.
No final, o conferencista alertou para a importância
da relação entre diferentes conhecimentos.
«Tudo o que se hoje em dia se faz em qualquer área,
mas particularmente nesta, da engenharia biomédica,
resulta de vários saberes e de uma interdisciplinaridade,
pois para avançar temos que tentar aprender uns
com os outros», reiterou Mário Barbosa.
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