A União de Sindicatos
do distrito de Castelo Branco (USCB)/CGTP-IN anunciou
na passada semana, que solicitou uma audiência ao
primeiro-ministro, José Sócrates, para discutir
a crise na região. Segundo Luís Garra, coordenador
da USCB, se o encontro se realizar é intenção
dos sindicalistas entregarem a José Sócrates
um documento de dez páginas, intitulado "Agir
pelo distrito - propostas, reivindicações,
medidas". Segundo os números apresentados
por aquela estrutura sindical, estima-se que existam actualmente
mais de 10 mil desempregados no distrito de Castelo Branco.
Entre 2001 e 2004 terão desaparecido cinco mil
postos de trabalho e um total de 120 empresas estiveram
envolvidas em processos de recuperação ou
falência entre 2002 e 2004."Os sectores de
lanifícios e de confecções foram
os mais atingidos com cerca de 30 empresas encerradas
ou paralisadas", refere o documento da USCB. Ainda
segundo o relatório, "o sector dos aglomerados
de madeira praticamente desapareceu, dado que a Sotima,
de Proença-a- Nova, com 234 trabalhadores, está
paralisada e em risco de falência". Face ao
cenário, entre dezenas de medidas, o documento
da USCB pede a implementação de uma linha
de crédito controlada e bonificada à taxa
zero, destinada "a qualquer tipo de empresa",
frisa o sindicalista. Trata-se de uma medida de ajuda
excepcional já pedida para sectores específicos,
como a agricultura e têxteis, mas que "com
a crise a que hoje se assiste, deve estar ao alcance de
qualquer empresa, desde que haja o necessário controlo",
defende Luís Garra. A USCB pede, por outro lado,
que seja dado cumprimento às medidas propostas
pelo grupo de trabalho "Beira Baixa que Futuro",
(promovido em 2002 pelo Governo Civil de Castelo Branco),
bem como às acções previstas no Plano
de Reconversão de Áreas e Sectores Deprimidos
(PRASD), realizado pelo economista Daniel Bessa, a pedido
do anterior governo PSD/CDS-PP. O documento pede ainda
"um amplo plano de formação e qualificação
profissionais, directamente dirigido às necessidades
das empresas", bem como a criação de
"uma base de dados nacional integrada sobre formação
profissional". A USCB reivindica também a
realização de "um estudo de diagnóstico
à situação das empresas do distrito,
que identifique os estrangulamentos e aponte soluções".
Tal trabalho seria feito "através de um observatório
permanente, a funcionar com a participação
das instituições de ensino superior e tecnológico
e das associações sindicais e patronais",
refere o documento.
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