José Sanchis
Sinisterra um dos mais consagrados dramaturgos espanhóis
da actualidade, é o autor da obra escolhida para
ser a 59ª produção do Teatro das Beiras.
Os paradoxos do tempo/espaço é o tema apresentado
por uma cientista ibero-americana aos sócios do
modesto clube de divulgação cultural Amadeu
Pimentel. Com a inexplicável ausência dos
mais altos responsáveis pelo clube cabe ao oportunista
segundo vice-secretário dar as boas vindas ao conferencista.
Ocasião que o demagogo 2º vice-secretário
aproveita deliberadamente para persuadir os sócios
do clube a apoiarem a sua candidatura à presidência
do clube.
Com um humor sarcástico expõe-se uma visão
tacanha e provinciana da realidade assim como uma crítica
às demagógicas pretensões eleitorais.
Tudo isto a coexistir com corredores perdidos em outros
espaços temporais onde duas pessoas desorientadas
com as suas vidas se encontram, conhecem-se e apaixonam-se,
desafiando as leis da física quântica.
Segundo o encenador Gil Salgueiro Nave esta peça
procura "brincar com a convenção teatral
e perturbar a procura de uma abordagem lógica,
mantendo o público suspenso em incertezas e provavelmente
confuso perante a ideia proposta de perversão dos
códigos em presença".
"Perdida nos Apalaches" não é
só uma bem humorada confusão, mas uma crítica
onde é exposta com tremenda ironia a luta pelo
poder, o uso e abuso do discurso demagógico e a
manipulação política.
A encenação esteve a cargo de Gil salgueiro
Nave, com cenografia e figurinos de Luís Mouro
e interpretação de António Saraiva,
Eva Fernandes e Miguel Telmo. Os espectáculos realizam-se
de terça a sábado, sempre as 21h30.
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