A indústria
têxtil está mudar. Numa época de globalização
de mercados, a aposta no desenvolvimento de novas tecnologias
de ponta e a reflexão sobre as estratégias
da economia têxtil mundial são as soluções
apresentadas pelas Jornadas de Engenharia Têxtil
2005. Estas jornadas, que já se realizam «há
anos sem conta», consistem num “conjunto de
intervenções de especialistas, quer da indústria,
quer do mundo académico, que visam trazer uma complementaridade
de formação aos nossos alunos e, simultaneamente,
fazer uma actualização de conhecimentos
para os quadros técnicos das empresas” –
explica Rui Miguel, presidente do Departamento de Ciência
e Tecnologia Têxteis da UBI.
Uma iniciativa do UBITEX (núcleo de estudantes
de Engenharia Têxtil da UBI), que contou com o apoio
e incentivo do Departamento, este conjunto de conferências
teve lugar no anfiteatro 8.1 da universidade, pelos dias
31 de Março e 1 de Abril. Toda a discussão
em torno da actualidade do têxtil, numa perspectiva
de futuro, aliciou a adesão de muitos alunos. “A
sala tem estado cheia. Logo, é sinónimo
de que os temas foram bem escolhidos e de que os oradores
são de muita qualidade. Mas, o mais importante
é que os alunos estão muito empenhados em
serem eles os técnicos do futuro” –
salienta Rui Miguel.
Os países de oriente
são fortes concorrentes da Europa
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Concorrência mais agressiva
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A concorrência dos mercados torna-se cada vez
mais agressiva, e as trocas comerciais existem de uma
forma normal e natural. Com a liberalização
dos têxteis chineses, “a preocupação
de Portugal deve assentar, não na forma de estancar
a entrada dos têxteis chineses no mercado, mas no
sentido de ter produtos e negócios têxteis
que sejam adequados à nossa realidade de País
e nos coloquem ao nível daqueles que existem nos
países desenvolvidos” – acrescenta
ainda. De facto, para Rui Miguel, a realidade portuguesa
deve manter um posicionamento de mercado de domínio
dos têxteis de elevada incorporação
tecnológica, dos têxteis da alta moda e dos
têxteis técnicos (têxteis não
convencionais). Ao mesmo tempo, é necessário
existir um domínio do negócio de distribuição
ao consumidor final. Só estas duas condições
podem fazer frente à grande produção
em série dos têxteis chineses. “O nosso
posicionamento requer uma readaptação da
nossa indústria e negócio têxtil.
Temos que estar actualizados, na frente da moda, porque
o têxtil é efémero. Aquilo que é
inovador e que tem aceitação no mercado
é aquilo que é inovação hoje.
Quem lá chegar amanhã já não
vai no pelotão da frente”.
A aplicação de novos materiais em inúmeros
sectores do têxtil no novo milénio foi outra
das questões abordadas nesta edição
das Jornadas de Têxtil de 2005. Os novos produtos
de grande incorporação tecnológica
são têxteis de alta tecnologia, compostos
por novos materiais fibrosos e capazes de ter um comportamento
ou desempenho mais adequado às exigências
do consumidor actual. “Os novos materiais têm
aplicações imensas. Exemplo disso é
o fato do piloto de Fórmula 1. Quando está
em prova, o piloto está sujeito a condições
extremamente severas e a certas exigências do corpo,
pelo que o fato tem que lhe transmitir conforto durante
toda a prova de competição” –
afirma Rui Miguel.
Por parte do UBITEX, esta iniciativa é sempre uma
boa experiência a repetir. “Estas jornadas
estão a ser um sucesso, tem estado a correr tudo
muito bem. Para o ano, queremos repetir novamente e esperamos
que seja ainda melhor” – confirma Sónia
Sousa, presidente do núcleo.
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