A obra foi agora adjudicada por Carlos Pinto mas já está envolta em polémicas
Decisão camarária
Centro de Artes entregue
ao arquitecto Tomás Taveira

O crescente desinteresse dos jovens pela Física, que se acentuou durante a década de 90 do passado século, motivou a ONU, a UNESCO e as Associações de Física a designar 2005 como o Ano Internacional da Física. 2005 é, ainda, o ano em que se comemoram os 100 anos das publicações de Einstein.


Por Eduardo Alves


Numa só semana, a Câmara da Covilhã resolve dois problemas pendentes. Ou nem por isso. Até porque, no que diz respeito ao Centro de Artes, este foi adjudicado na passada quinta-feira, 31 de Março, mas esta medida gerou já fortes protestos quer das empresas que concorreram à construção, quer dos autores da obra.
Uma empreitada cujo orçamento ascende a dez milhões de euros e que, segundo a autarquia, vai ficar a cargo de um consórcio de construtores liderado pela empresa OPCA, S.A. Esta decisão levou já a que a Somague e outras empresas que compunham outro consórcio na corrida à construção da Centro de Artes colocassem já providências cautelares para a anulação do concurso.
Quem também não parece estar muito de acordo com a autarquia serrana é o arquitecto Filipe Oliveira Dias. Este foi um dos arquitectos contactados pela edilidade covilhanense para desenhar a nova estrutura municipal, mas quem agora com esse mesmo cargo é o conhecido arquitecto Tomás Taveira. Filipe Dias, que apresentou um projecto em parceria com o consórcio composto pelas construtoras Casais/Somague, obteve então a melhor classificação. Contudo, a edilidade liderada pelo social-democrata Carlos Pinto voltou atrás e entregou os trabalhos a entidades diferentes. Estão já, por isso mesmo, a serem interpostas providências cautelares para levarem à suspensão da decisão camarária.
Mas se a Câmara da Covilhã ganhou uma nova batalha jurídica, terminou com uma outra de há longa data. O processo relativo à habitação social do Bairro do Cabeço está agora resolvido. Segundo fontes próximas da direcção do Sport Tortosendo e Benfica, a colectividade vai receber um montante acordado em dinheiro, “bem como 125 mil euros para a aquisição da actual sede”. Obras no campo de futebol serão também alvo do acordo. Fica assim resolvida uma contenda entre a colectividade tortosendense e a autarquia covilhanense, podendo esta última entregar os 148 fogos de habitação social.

Mais um empréstimo

Desta vez a autarquia covilhanense vai pedir aos bancos “890 mil euros, para pagar as obras de construção da segunda fase do Parque Industrial do Tortosendo”, explica Miguel Nascimento. O socialista sublinha que não está contra o investimento em estruturas que criam emprego e até podem desenvolver o concelho. Contudo, “devemos pensar que esta atitude contínua de endividamento pode levar a que o município entre em ruptura e nos próximos anos seja muito difícil gerir a câmara”. Este montante eleva ainda mais o débito já registado pela edilidade.