Chegam no final de
Março os números relativos ao desemprego
registado em Dezembro de 2004. O Observatório da
UBI (ODES) tornou público um estudo intitulado
“Análise do Desemprego em Dezembro de 2004
em 14 municípios da Beira Interior” e o documento
confirma os números que haviam sido avançados
há cerca de seis meses por este mesmo organismo.
Numa primeira conclusão da leitura dos dados, José
Pires Manso e Ana Morão, autores do trabalho, verificam
que, “o desemprego registado em Dezembro de 2004,
nos 14 municípios que integram a Associação
de Municípios da Cova da Beira, atingiu um valor
global de 8356 trabalhadores, valor que representa cerca
de 13 por cento do desemprego registado na região
Centro”. Estes números apontam, segundo Pires
Manso, professor catedrático da UBI e responsável
pelo Observatório, “para uma situação
bastante grave, sobretudo, ao nível das cidades
mais importantes”. De facto, é em localidades
como a Covilhã e Fundão que o flagelo do
desemprego mais se fez sentir. A confiar nos números
divulgados por esta análise, “a Covilhã
apresenta um total de 43,7 por cento dos desempregados
da sub-região onde se insere”. A seguir aparece
a Guarda, com 18,5 por cento e em terceiro lugar “o
Fundão, com um total de 16,2 por cento do total
dos desempregados registados na região Centro”,
sublinham os autores do estudo.
Para além destas três cidades, as análises
do ODES recaíram também sobre Fornos de
Algodres, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo
Rodrigo, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Trancoso, Penamacor
e Belmonte.
O relatório do ODES
aponta algumas soluções para o desemprego
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Novas dinâmicas de luta
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Já anteriormente, o ODES tinha avançado
com alguns estudos e análises sobre o desemprego
na região. Esta estrutura da UBI, para além
de mostrar os números e as razões prováveis
destes, adianta também algumas vias que podem ser
vistas como soluções para a crise.
Também neste trabalho são enumeradas possíveis
metodologias de luta contra o desemprego. Para os promotores
do estudo, a elaboração deste tipo de documentos
deve ser aproveitada por todos quantos estão ligados
aos sectores em causa, desde trabalhadores a entidades
patronais, passando por políticos e associações.
Contabilizar “e dar um rosto ao desemprego”
são algumas das possibilidades destes documentos.
Nos seus objectivos sublinha-se também a necessidade
de “desenvolver metodologias inovadoras de detecção
de novas actividades empresariais”. Algo que se
alcança através “da realização
de estudos que identifiquem áreas geradoras de
novas empresas e serviços”.
Dois dos pontos principais de combate a estes números
baseiam-se na “criação de novas empresas
com o apoio de um sistema micro-crédito”
e “na promoção de formação
específica para grupos-alvo, sobretudo, as novas
tecnologias”. Estas medidas são avançadas
pelos dois autores do estudo, como forma “imediata
de resolver uma situação que em alguns locais
ganha contornos deveras preocupantes”.
Este diagnóstico aponta o caso da Covilhã
como exemplo. Neste município, “a taxa de
desemprego atinge os 14,4 por cento, valor que é
2,41 vezes superior à média nacional. Para
não variar, “as mulheres continuam a ser
as mais afectadas pela falta de trabalho”. Segundo
os números agora tornados públicos pelo
ODES, “do total de desempregados, 58,6 por cento
são mulheres”. Estes resultados ganham ainda
mais preocupação, “quando se verifica
que os desempregados estão nesta situação
há mais de um ano”, refere Pires Manso. Para
já, o estudo vai continuar a ser divulgado por
várias entidades, tal como outros trabalhos do
ODES, e “espera-se uma reacção por
parte de várias entidades envolvidas neste assunto”,
rematam os autores.
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