O Covilhã está,
finalmente, instalado na primeira posição
da tabela. Há várias jornadas que os Leões
da Serra lideravam a II B a par do Mafra, só que,
no confronto directo, a turma de Vítor Móia
levava a melhor. Mas no último fim-de-semana o conjunto
beirão descolou dos mafrenses, que empataram a uma
bola em Touriz. A equipa de Fernando Pires foi a Estarreja
e rectificou o embaraço da primeira volta, que tinha
ditado um empate no Santos Pinto a duas bolas. Mas não
foi fácil o triunfo dos covilhanenses.
Frente ao antepenúltimo classificado, o Covilhã
entrou bem e foi a primeira equipa a criar lances de verdadeiro
perigo. Luizinho, em duas ocasiões, teve o golo nos
pés, mas não conseguiu desfeitear o guardião
Apolo. À passagem do minuto 20 foi a vez de Rui Miguel
colocar a defesa local em sentido ao rematar forte, mas
ao poste.
Ao controlo do Covilhã, respondia o Estarreja com
o contra-ataque. E à falta de pontaria dos visitantes,
respondia com eficácia. Praticamente no primeiro
remate do jogo, o conjunto local chega ao golo. Luís
Miguel sai mal a um cruzamento e, se ao primeiro remate
de Jorge Gomes, ainda valeu o poste, já na recarga,
nada impediu Paulo Jorge de inaugurar o marcador.
O golo, que a turma orientada por Luís Barbosa ainda
não merecia, teve um efeito nefasto na equipa verde-e-branca,
que ficou notoriamente abalada, e catapultou os locais para
uma boa exibição até ao intervalo.
Reforços da Naval mostram valor
Ao intervalo, Fernando Pires faz alterações
significativas no onze. Cordeiro entra para o lugar de
Cláudio e Pesquina substitui Tarantini. Com estas
alterações, o técnico serrano alarga
significativamente a frente de ataque, uma vez que Pesquina
se junta a Oliveira e Luizinho na frente, e Cordeiro consegue
fazer todo o corredor esquerdo.
Apesar da nova disposição das peças
no xadrez verde-e-branco, são os da casa que, embalados
pelo excelente final da primeira parte, voltam a criar
perigo. Mas frente a Luís Miguel, Micas não
tem o sangue frio suficiente para ampliara a vantagem.
E esta seria mesmo a última oportunidade flagrante
para a equipa da casa. A partir daqui o Covilhã
tomou conta do jogo e, aos 60 minutos, quando o Estarreja
se viu reduzido a dez por expulsão de Hernâni,
teve a tarefa ainda mais facilitada.
O golo adivinhava-se e acabou por surgir mesmo aos 63
minutos na sequência de um grande remate de Rui
Miguel. O reforço de Inverno emprestado pela Naval
(tal como Pesquina e João Morais) pegou na bola
em cheio ainda de fora da área e atirou sem defesa
possível para Apolo.
Sem poderio ofensivo, os comandados de Luís Barbosa
recuam e limitam-se a defender o empate com unhas e dentes.
Mas apenas seis minutos depois, as redes locais voltam
a balançar, desta feita por outro “navalista”.
Pesquina, a passe de Luizinho, faz jus à sua reputação
de ponta-de-lança letal e bate Apolo pela segunda
vez.
A perder, o Estarreja ainda tentou de tudo para chegar
ao empate, mas nem sequer se conseguia aproximar com perigo
da grande-área. Com uma unidade a mais, os serranos
passaram, então, a controlar e a aproveitar espaços
formados pelo avanço dos locais. Por mais duas
vezes o Covilhã poderia ter ampliado, mas também
seria um castigo demasiado pesado para uma equipa que,
não obstante a posição que ocupa
na tabela, deu tudo o que tinha e bateu-se, enquanto em
igualdade numérica, de igual para igual.
Pela primeira vez na condição de líder
isolado, o Covilhã recebe, no dia 3 de Abril (os
campeonatos param na próxima semana) a surpreendente
formação do Oliveira do Bairro, uma equipa
que, por 10 vezes em 13 jogos, roubou pontos em terrenos
alheios. |