O jogo entre os dois "comandantes" foi marcado pela luta constante
I divisão distrital
Ninguém cede na liderança

Os dois comandantes encontraram-se num jogo para tirar teimas, mas ficou tudo como estava. Ninguém dá mostras de ceder e a luta pelo título promete prolongar-se pelas próximas jornadas.


Alexandre S. Silva


Tal como se previa, o Municipal de Penamacor, com uma boa moldura humana, assistiu a um jogo equilibrado. Frente a frente encontravam-se duas equipas que têm pautado a sua temporada pela regularidade exibicional e de resultados. Dois técnicos com um profundo conhecimento da realidade do futebol distrital, e dois plantéis conscientes das suas próprias capacidades, bem como das do adversário. Não foi, por isso, um jogo bonito, mas foi uma boa partida de futebol.
A uma primeira parte onde o Fundão se mostrou mais atrevido, depois de um primeiro reconhecimento do terreno e do posicionamento adversário, sucedeu um segundo tempo em que o conjunto da casa se libertou mais para o ataque criando espaços e baralhando o sector mais recuado dos visitantes.
Ainda assim, o perigo nunca foi uma constante junto de cada uma das balizas. No subconsciente de cada um dos jogadores, apesar das indicações dos técnicos, pesava, sobretudo, mais, o reconhecimento de que uma derrota neste jogo podia significar o afastamento quase definitivo da liderança e do título. Por isso, assistiu-se a um embate renhido a meio-campo. Uma zona de terreno controlada à vez em função da disponibilidade física de cada uma das equipas.
Lances de golo iminente? Houve dois na primeira parte para o Fundão, e três na segunda para o Penamacor. O empate aceita-se, claro, mas sem golos acabou por perder algum interesse. No final, Mário Pereira reconhecia que o empate era um resultado que se aceitava, mas que a haver um vencedor teria que ser o Penamacor por aquilo que fez na segunda parte. Joca, técnico do Fundão, certamente teria um discurso semelhante, adequado à sua equipa. Teria, se falasse à imprensa no final do jogo, claro. Mas parece que a moda dos “blackout’s” da I Liga saltou vários escalões do futebol português para se instalar nos distritais.

Oleiros empata em Castelo Branco

De resto, o empate entre os dois comandantes foi apenas um em quatro que marcaram a jornada, e o único jogo onde não se gritou qualquer golo. A mais surpreendente das igualdades, porém, surgiu onde menos se esperava. Em Castelo Branco, o Desportivo local forçou a divisão de pontos com o Oleiros. A turma orientada por Joaquim Peres continua em trajectória descendente e, depois de ter estado em vantagem grande parte do desafio, consentiu o empate nos últimos minutos frente a uma equipa massacrada todas as jornadas.
Na luta pela terceira posição, o Unhais volta a ganhar terreno e dificilmente perderá o lugar. Isto porque o estrela goleou na recepção ao Pedrógão enquanto, no Cabeçudo, o conjunto local empatava a duas bolas com o Cariense.
Também digno de registo é o volumoso triunfo do Escalos de Baixo em Belmonte. A formação albicastrense goleou a União Desportiva num jogo em que Tó Real, técnico dos locais, lançou o guarda-redes suplente, Paulinho, a… ponta-de-lança, com meia-hora de jogo pela frente.