Por Filipa Minhós


As jornadas de matemática podem ver o seu período de duração ampliado

“O nosso objectivo inicial é tentar mostrar que a matemática ainda está viva e que continua a dar um grande contributo à sociedade. Não é uma ciência morta, que já não tem nada para mostrar, muito pelo contrário” – afirma Ricardo Portugal, presidente do Núcleo de Matemática via ensino da UBI. Matemática: uma ciência omnipresente foi a temática geral abordada nas IX Jornadas de Matemática, que pretenderam sobretudo aumentar a formação académica, científica e pedagógica dos futuros professores da disciplina.
Afastar o “fantasma” da matemática do ensino português é também outro dos objectivos destas jornadas. “Uma das nossas lutas é tentar fazer com que o mito da matemática, encarado como um bicho papão, vá desaparecendo, e com que cada vez mais professores estejam preparados para lutar contra esse tipo de situações” – explicita Ricardo Portugal.
Esta iniciativa parte do MATUBI e conta com o apoio do Departamento de Matemática da universidade. Os palestrantes convidados para estas conferências são, na sua grande maioria, professores do próprio departamento. “Não é preciso recorrermos a nomes sonantes ou a pessoas vindas de fora para fazermos umas boas jornadas. Desta forma, até é mais fácil mostrar o que de melhor se pode fazer no Departamento de Matemática, e que de facto temos qualidade” – salienta o presidente do núcleo.
A IX edição das Jornadas de Matemática teve lugar no anfiteatro 6.1 da UBI, entre os dias 15 e 17 de Março. O maior destaque para estas conferências foi a presença de uma enfermeira, no dia 16 de Março. A enfermeira Ângela Simões procurou alertar os futuros professores de matemática para os possíveis acidentes que podem ocorrer numa sala de aula, explicitando quais as normas de segurança a seguir. Ângela Simões participou ainda numa segunda conferência, na qual apresentou a forma de lidar com alunos com necessidades educativas especiais.
Com uma adesão pouco elevada, as IX Jornadas de Matemática foram as últimas conferências realizadas nestes moldes. Os habituais dois ou três dias de conferências vão ser abandonados. “O nosso sistema de avaliação está a mudar. Agora temos aulas com presenças e mini-testes, pelo que este tipo de jornadas já não faz sentido” – explica o presidente do MATUBI. Para não obrigar os alunos a faltarem às aulas, a organização das jornadas sempre tentou conciliar o começo das conferências com as horas vagas dos alunos. Todavia, esta ajuda não se mostrou suficiente para aumentar a participação dos estudantes e “nem sempre a adesão corresponde às expectativas criadas” – sublinha Ricardo Portugal. Para o ano, o Núcleo de Matemática via ensino da universidade vai apostar na organização de ciclos de conferências ou workshops com a duração de um mês.