“O nosso objectivo
inicial é tentar mostrar que a matemática
ainda está viva e que continua a dar um grande
contributo à sociedade. Não é uma
ciência morta, que já não tem nada
para mostrar, muito pelo contrário” –
afirma Ricardo Portugal, presidente do Núcleo de
Matemática via ensino da UBI. Matemática:
uma ciência omnipresente foi a temática geral
abordada nas IX Jornadas de Matemática, que pretenderam
sobretudo aumentar a formação académica,
científica e pedagógica dos futuros professores
da disciplina.
Afastar o “fantasma” da matemática
do ensino português é também outro
dos objectivos destas jornadas. “Uma das nossas
lutas é tentar fazer com que o mito da matemática,
encarado como um bicho papão, vá desaparecendo,
e com que cada vez mais professores estejam preparados
para lutar contra esse tipo de situações”
– explicita Ricardo Portugal.
Esta iniciativa parte do MATUBI e conta com o apoio do
Departamento de Matemática da universidade. Os
palestrantes convidados para estas conferências
são, na sua grande maioria, professores do próprio
departamento. “Não é preciso recorrermos
a nomes sonantes ou a pessoas vindas de fora para fazermos
umas boas jornadas. Desta forma, até é mais
fácil mostrar o que de melhor se pode fazer no
Departamento de Matemática, e que de facto temos
qualidade” – salienta o presidente do núcleo.
A IX edição das Jornadas de Matemática
teve lugar no anfiteatro 6.1 da UBI, entre os dias 15
e 17 de Março. O maior destaque para estas conferências
foi a presença de uma enfermeira, no dia 16 de
Março. A enfermeira Ângela Simões
procurou alertar os futuros professores de matemática
para os possíveis acidentes que podem ocorrer numa
sala de aula, explicitando quais as normas de segurança
a seguir. Ângela Simões participou ainda
numa segunda conferência, na qual apresentou a forma
de lidar com alunos com necessidades educativas especiais.
Com uma adesão pouco elevada, as IX Jornadas de
Matemática foram as últimas conferências
realizadas nestes moldes. Os habituais dois ou três
dias de conferências vão ser abandonados.
“O nosso sistema de avaliação está
a mudar. Agora temos aulas com presenças e mini-testes,
pelo que este tipo de jornadas já não faz
sentido” – explica o presidente do MATUBI.
Para não obrigar os alunos a faltarem às
aulas, a organização das jornadas sempre
tentou conciliar o começo das conferências
com as horas vagas dos alunos. Todavia, esta ajuda não
se mostrou suficiente para aumentar a participação
dos estudantes e “nem sempre a adesão corresponde
às expectativas criadas” – sublinha
Ricardo Portugal. Para o ano, o Núcleo de Matemática
via ensino da universidade vai apostar na organização
de ciclos de conferências ou workshops com a duração
de um mês.
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