O Posto Misto de Vilar
Formoso foi a segunda fronteira em Portugal, a seguir
ao Aeroporto de Lisboa, com mais casos de fraudes documentais
em 2004. São estas as conclusões do Serviço
de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que detectou no ano
passado, no âmbito das operações de
controlo de fronteiras, 991 fraudes documentais. O maior
número de documentos fraudulentos confiscados provinha
da Guiné-Bissau, da Venezuela, do Senegal e do
Brasil.
Segundo as estatísticas deste Serviço, que
a capital liderou as detecções, tal como
nos anos anteriores, e muito por força do maior
volume de tráfego. No aeroporto de Lisboa, registaram-se
752 casos. Logo a seguir surge o Posto Misto de Vilar
Formoso (77), o aeroporto do Porto (64) e o Posto Misto
de Caya (49).
O peso da Guiné-Bissau, enquanto país de
proveniência de documentos falsos, tem vindo a acentuar-se
nos últimos anos, muito por conta da instabilidade
política e social que atravessa, avalia Isabel
Baltasar, responsável pelo Departamento de Peritagem
Documental do SEF. Em 2004, a Guiné encabeçava
a lista, seguida pela Venezuela, pelo Senegal e pelo Brasil.
Atendendo aos casos em que foi possível confirmar
a nacionalidade dos portadores dos documentos, sobressai
a Guiné-Bissau (125 ocorrências), o Senegal
(79), Angola (78) e Colômbia (72). Os senegaleses
usam o país como porta de entrada para a França
- amiúde via aviões que ligam a Guiné-Bissau
a Portugal. E os colombianos procuram chegar a Espanha,
por vezes com recurso a documentação venezuelana,
já que aquele país lhes exige visto.
Os métodos estão longe de ser uniformes,
mas é possível identificar mais apetência
por determinadas práticas em certas áreas
geográficas. Na União Europeia, sobressai
a contrafacção, o uso de documento alheio
e a falsificação por substituição
de fotografia. Nos Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa (PALOP), a substituição
de fotografia e a aquisição fraudulenta
de documentos. Na Venezuela, a contrafacção.
Os documentos de nacionalidade senegalesa também
apontam para a falsificação de fotografia,
contudo, acrescentam a falsificação de vistos,
selos e carimbos. "O passaporte não é
adulterado, mas tem um visto e um carimbo falso, para
acesso ao espaço europeu", explica Isabel
Baltasar.
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