A derrota em Esmoriz
(3-2), à 23ª jornada, parece ter tido o efeito
de um safanão psicológico nos pupilos de
Fernando Pires. É que depois do desaire quase inexplicável
dessa tarde de 11 de Fevereiro, em que os serranos perderam
nos últimos 10 minutos uma vantagem de dois golos,
a equipa consegue a melhor série de resultados
da época. Cinco vitórias em outros tantos
jogos fizeram o conjunto verde-e-branco evoluir da terceira
posição para a liderança conjunta
com o Mafra e já a sete pontos do terceiro classificado.
A última, e previsível, “vítima”
do Leão da Serra, foi o “lanterna vermelha”
do campeonato. Mas quem esperava uma vitória fácil
do conjunto da casa cedo se desenganou. Mais precisamente
aos seis minutos, quando numa jogada rápida Pedro
Pedroso leva a melhor sobre Piguita e remata fora do alcance
de Luís Miguel. O impensável estava a acontecer
e o Covilhã encontrava-se a perder em casa…
com o último. Mas para a turma de Fernando Pires,
o golo madrugador dos forasteiros acabou por ser apenas
um acidente de percurso e o tónico que parecia
faltar para espevitar os jogadores.
Numa frente de ataque inédita esta temporada, Tarantini
surgiu mais adiantado que o costume, ao lado do estreante
(no onze titular) Pesquina e deu os dois primeiros avisos
numa fase em que a bola não saia das imediações
da área vilafranquense. O empate surgiria pouco
depois pela cabeça de Pesquina. O ponta-de-lança
emprestado pela Naval, de costas para a baliza tenta tocar
para o coração da área, mas o cabeceamento
sai-lhe tão bem que acaba por fazer um chapéu
ao adiantado Rui Pereira.
Festival de golos falhados
Depois seguiu-se um festival de golos falhados, Tarantini,
Cordeiro, Pesquina e, até, Piguita, desperdiçaram
uma mão cheia de oportunidades para desfazer uma
igualdade que já se tornava incómoda. Mas
há que reconhecer uma causa principal para a ineficácia
dos serranos: Rui Pereira, o guardião vilafranquense
que defendeu quase tudo o que podia e que adiou o segundo
golo dos serranos até meio da segunda parte.
Ainda antes do intervalo Fernando Pires alarga a frente
de ataque com a entrada de Oliveira para o lugar do lateral
esquerdo João Morais. E é o avançado
recém entrado quem falha a primeira grande oportunidade
do segundo tempo. Isto já depois de um golo anulado
a Banjai por alegada falta (inexistente) sobre o guardião
Rui Pereira.
Mas a resistência do Vilafrenquense não duraria
muito mais. Aos 61 minutos, Cunha coloca os serranos em
vantagem na sequência de um livre directo. E dez
minutos depois é Pimenta, desmarcado por Tarantini,
que amplia a vantagem numa fase em que o conjunto forasteiro
já tinha alargado o seu jogo à procura do
empate.
Numa fase de completo desacerto, o Vilafranquense sofre,
quatro minutos depois, novo revés. Arroja empurra
Pimenta que se desmarcava rapidamente e o covilhanense
cai dentro da área. A falta já vinha de
trás mas Pedro Maia foi peremptório e apontou
para a marca de grande penalidade perante os protestos
vilafranquenses. Rui Miguel, entrado poucos minutos antes,
carimbou o resultado final com um remate que embateu ainda
no poste sem dar a mínima hipótese a Rui
Pereira.
Piguita mal expulso
Depois, o Covilhã tirou o pé sem perder
o controlo do jogo, e até deu para dar mais uns
minutos de jogo ao jovem Salcedas.
A vitória dos serranos não sofre qualquer
contestação e peca mesmo por escassa. Os
serranos continuam colados ao Mafra no topo da classificação
e preparam-se para uma deslocação ao terreno
do “aflito” Estarreja, na esperança
que o Tourizense consiga roubar pontos ao Mafra.
Uma última palavra para a arbitragem. Pedro Maia,
teve um jogo sem grandes sobressaltos e os jogadores até
lhe facilitaram o trabalho. Por isso não se justifica
o desacerto da segunda parte: um golo mal anulado, um
penalty mal assinalado, e um cartão vermelho (acumulação)
a Piguita sem qualquer justificação.
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