Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


A hegemonia do Covilhã ficou bem marcada nesta partida

A derrota em Esmoriz (3-2), à 23ª jornada, parece ter tido o efeito de um safanão psicológico nos pupilos de Fernando Pires. É que depois do desaire quase inexplicável dessa tarde de 11 de Fevereiro, em que os serranos perderam nos últimos 10 minutos uma vantagem de dois golos, a equipa consegue a melhor série de resultados da época. Cinco vitórias em outros tantos jogos fizeram o conjunto verde-e-branco evoluir da terceira posição para a liderança conjunta com o Mafra e já a sete pontos do terceiro classificado.
A última, e previsível, “vítima” do Leão da Serra, foi o “lanterna vermelha” do campeonato. Mas quem esperava uma vitória fácil do conjunto da casa cedo se desenganou. Mais precisamente aos seis minutos, quando numa jogada rápida Pedro Pedroso leva a melhor sobre Piguita e remata fora do alcance de Luís Miguel. O impensável estava a acontecer e o Covilhã encontrava-se a perder em casa… com o último. Mas para a turma de Fernando Pires, o golo madrugador dos forasteiros acabou por ser apenas um acidente de percurso e o tónico que parecia faltar para espevitar os jogadores.
Numa frente de ataque inédita esta temporada, Tarantini surgiu mais adiantado que o costume, ao lado do estreante (no onze titular) Pesquina e deu os dois primeiros avisos numa fase em que a bola não saia das imediações da área vilafranquense. O empate surgiria pouco depois pela cabeça de Pesquina. O ponta-de-lança emprestado pela Naval, de costas para a baliza tenta tocar para o coração da área, mas o cabeceamento sai-lhe tão bem que acaba por fazer um chapéu ao adiantado Rui Pereira.

Festival de golos falhados

Depois seguiu-se um festival de golos falhados, Tarantini, Cordeiro, Pesquina e, até, Piguita, desperdiçaram uma mão cheia de oportunidades para desfazer uma igualdade que já se tornava incómoda. Mas há que reconhecer uma causa principal para a ineficácia dos serranos: Rui Pereira, o guardião vilafranquense que defendeu quase tudo o que podia e que adiou o segundo golo dos serranos até meio da segunda parte.
Ainda antes do intervalo Fernando Pires alarga a frente de ataque com a entrada de Oliveira para o lugar do lateral esquerdo João Morais. E é o avançado recém entrado quem falha a primeira grande oportunidade do segundo tempo. Isto já depois de um golo anulado a Banjai por alegada falta (inexistente) sobre o guardião Rui Pereira.
Mas a resistência do Vilafrenquense não duraria muito mais. Aos 61 minutos, Cunha coloca os serranos em vantagem na sequência de um livre directo. E dez minutos depois é Pimenta, desmarcado por Tarantini, que amplia a vantagem numa fase em que o conjunto forasteiro já tinha alargado o seu jogo à procura do empate.
Numa fase de completo desacerto, o Vilafranquense sofre, quatro minutos depois, novo revés. Arroja empurra Pimenta que se desmarcava rapidamente e o covilhanense cai dentro da área. A falta já vinha de trás mas Pedro Maia foi peremptório e apontou para a marca de grande penalidade perante os protestos vilafranquenses. Rui Miguel, entrado poucos minutos antes, carimbou o resultado final com um remate que embateu ainda no poste sem dar a mínima hipótese a Rui Pereira.

Piguita mal expulso

Depois, o Covilhã tirou o pé sem perder o controlo do jogo, e até deu para dar mais uns minutos de jogo ao jovem Salcedas.
A vitória dos serranos não sofre qualquer contestação e peca mesmo por escassa. Os serranos continuam colados ao Mafra no topo da classificação e preparam-se para uma deslocação ao terreno do “aflito” Estarreja, na esperança que o Tourizense consiga roubar pontos ao Mafra.
Uma última palavra para a arbitragem. Pedro Maia, teve um jogo sem grandes sobressaltos e os jogadores até lhe facilitaram o trabalho. Por isso não se justifica o desacerto da segunda parte: um golo mal anulado, um penalty mal assinalado, e um cartão vermelho (acumulação) a Piguita sem qualquer justificação.