Já
foi lançado em Julho de 2004, mas ainda
vale a pena falar do último registo dos
veteranos Bad Religion. Não que, ao 14º
álbum de originais de uma carreira que
dura há 23 anos, a banda californiana tenha
desenvolvido a sua obra-prima. Não. Essa
continua a ser “Suffer”, de 1989,
ou “No Control” de 1990. Mas “The
Empire Strikes Back” tem que se lhe diga.
Dizem os teóricos da história da
música que “o punk não morre,
adormece. E desperta quando o mundo mais dele
precisa”. A máxima aplica-se aqui.
Na apatia inexplicável dos dois colectivos
conterrâneos (NOFX e Offspring) tiveram
que ser os Bad Religion a insurgir-se contra os
tempos conturbados originados pelas políticas
internas e externas do seu país natal.
“Let them eat war” (expressão
ironicamente atribuída a George Bush quando
confrontado com os sindicatos que reclamam mais
justiça social) e “God’s love”
são exemplos perfeitos do descontentamento
dos esclarecidos em relação à
invasão do Iraque. “Social Suicide”
e “To another abyss” abordam, segundo
o método da banda que vai da revolta ao
cinismo, a apatia e a acomodação
da população mundial em relação
ao que se passa à sua volta.
Mais uma vez, os velhos heróis se erguem
desafiadores entre a injustiça e um povo
carente de protecção. Os malfeitores
que se cuidem.