O livro fala sobre os sistemas
políticos vigentes em África
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Embaixador de
Cabo Verde em Portugal lança livro na UBI
Os sistemas políticos
da África Subsaariana
Onésimo Silveira,
embaixador de Cabo Verde em Portugal, lançou o
seu mais recente livro na UBI. A apresentação
da obra África ao Sul do Sahara. Sistemas de Partidos
e Ideias do Socialismo ficou a cargo de José Carlos
Venâncio, presidente do Departamento de Sociologia
da UBI. Uma obra que nos elucida sobre os sistemas políticos
vigentes na África Subsahariana.
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Por Filipa
Minhós
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África ao Sul do
Sahara. Sistemas de Partidos e Ideias do Socialismo é
um livro que apresenta de forma exaustiva e pormenorizada
todos os partidos políticos e suas actuações
na África Subsahariana. Consiste numa tese que revela
as fraquezas estruturais do Marxismo e, consequentemente,
do Partido Único. “O Partido Único não
é solução para o continente africano
e os seus líderes nunca seguiram a linha do pluripartidarismo.
É visível que a maior parte das nações
são e foram construídas através de
sistemas mais ou menos opressivos” – explica
Onésimo Silveira, autor do livro e embaixador da
República de Cabo Verde em Portugal.
O anfiteatro da Biblioteca Central da UBI foi o local escolhido,
no passado dia 10 de Março, para a apresentação
do novo livro por ser uma “universidade que tem acolhido
sempre bem os alunos de países de Língua Portuguesa”,
salienta Onésimo Silveira. Esta obra é o resultado
da sua tese de Doutoramento defendida na Universidade de
Uppsala, na Suécia, em 1976. Depois de decorridos
29 anos, a tese continua a demonstrar-se actual. “Infelizmente,
o comportamento dos líderes africanos não
está muito diferente do tempo em que escrevi a tese.
Todavia, a resolução do problema não
passa por adequar o comportamento político de África
ao comportamento político europeu. Isto porque o
comportamento político é humano e depende
de condicionantes sociológicas, culturais, sociais,
enfim da cultura dos povos” – acrescenta ainda
o embaixador de Cabo Verde.
Onésimo Silveira é um dos intelectuais africanos
de Língua Portuguesa mais conceituados a nível
internacional. Foi quadro superior nas Nações
Unidas e representante diplomático desta organização
em Moçambique, Somália e Angola. Da sua vasta
obra constam vários géneros de literatura,
poesia, romance e ensaio. África ao Sul do Sahara
foi apresentado por José Carlos Venâncio, presidente
do Departamento de Sociologia e pró-reitor da UBI,
cargo ao abrigo do qual desempenha funções
na dinamização das relações
entre os países de língua portuguesa e a universidade.
Portugal deve ajudar os países de língua
portuguesa a desenvolverem-se |
Muitas das conclusões apontadas neste livro
podem ser apreciadas pelo poder político |
Santos Silva, reitor da UBI, presente na apresentação
da obra, aproveitou para discursar brevemente sobre a importância
da aproximação e entreajuda dos povos de língua
portuguesa. “A UBI está sempre pronta a receber
os países de língua portuguesa, porque a língua
é um património cultural que não se
pode perder” – salienta Santos Silva.
Considerando que o problema do desenvolvimento das sociedades
actuais se prende com a formação da sua população,
o reitor da UBI defende que “Portugal deve ajudar
os países de língua portuguesa a desenvolverem-se,
porque se o nosso País tem um défice de formação,
esses países têm muito mais”.
Numa universidade que marca sobretudo pela “diferença”,
os estudantes africanos, nomeadamente os cabo-verdianos,
têm muito para ensinar. “Como se sentem em casa
e a cultura não lhes é estranha, os estudantes
cabo-verdianos dão outro valor e sentido a esta cumplicidade
entre Cabo Verde e Portugal” – garante Onésimo
Silveira. Já os subsídios disponibilizados
para os estudantes africanos são apenas “suficientes
para que possam sobreviver com o mínimo de dignidade
e ter condições para estudar semelhantes aos
estudantes portugueses” – refere o embaixador.
Quando questionado sobre o facto de Cabo Verde ter estruturas
para receber de volta os seus alunos licenciados em Portugal,
Onésimo Silveira não hesitou em responder.
“Queremo-los todos de volta. Estamos a desenvolver
o nosso país, não só de maneira a receber
os nossos estudantes, mas dando-lhes a oportunidade de fazer
estudos de pós-graduação, pois estamos
em vias de criar uma universidade em Cabo Verde”. |
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