Por Eduardo Alves


Uma viagem ao mundo dos robots foi o objectivo da terceira conferência "Despertar para a Ciência"

Desde máquinas de soldar até próteses para o homem, os robots estão presentes em diversas áreas. A terceira conferência realizada ao abrigo do ciclo “Despertar para a Ciência” trouxe à UBI Isabel Ribeiro, docente no Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade Técnica de Lisboa.
Foi para um anfiteatro repleto de alunos e amantes desta temática que a docente mostrou todos os seus conhecimentos sobre a matéria em apreço. Como nota introdutória, Isabel Ribeiro escolheu falar sobre o que actualmente se entende por robot. Isto porque, segundo a docente, “ainda não está muito bem definido o significado da palavra”. O grande leque de utilizações, de formas e de modos de construção leva a que a palavra “robot” seja empregue em diferentes contextos e para diferentes objectos. Contudo, “uma coisa é certa”, estas máquinas, continua a docente, “estão hoje no quotidiano, para ajudar o homem nas suas diversas tarefas”.
O mundo dos robots tem “um grande número de aficionados”, sobretudo “pelos inúmeros campos científicos que abarca”, reitera Isabel Ribeiro. Na terceira palestra realizada ao brigo do ciclo de conferências “Despertar para a Ciência”, juntou-se “a mecânica, a engenharia, a matemática, a inteligência artificial, a biologia, a medicina e muitas outras áreas de saber”, sublinha a autora da palestra. Maria Isabel Ribeiro acabou por promover uma verdadeira viagem ao mundo dos robots, que teve início em questões abrangentes como o funcionamento, a utilização e o futuro destes aparelhos.
Mais centrada no tópico dos robots móveis, a palestra que contou com o apoio da UBI, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia tentou mostrar “a grande variedade de robots móveis surgidos nas últimas décadas”, mas também, acrescenta a autora do estudo, “referir que existem alguns componentes fundamentais que estão presentes em todos os aparelhos”.




Multiplicidade de utilizações

Actualmente os robots estão presentes em ambientes terrestres, aéreos e submarinos. Estes braços mecânicos da vontade humana espalham-se “quase de forma exponencial” pelos diferentes campos de acção do homem. O futuro reserva “muitas surpresas na potencialidade de inovação destes objectos”. Em relação ao que hoje se conhece, Isabel Ribeiro falou sobre os animais de estimação, “que podem ser já trocados por um robot”, ou mesmo, “os guias dos museus e outros locais”. A tecnologia permite a estas máquinas reagir, caminhar, “e saber posicionar-se, assim como, interagir com o homem”. Daí que a autora desta palestra adivinhe um futuro muito promissor para este tipo de invenção científica.
Outro dos aspectos que também mereceu grande destaque na “viagem ao mundo dos robots” foi a utilização destes no próprio e pelo próprio homem. Nestes dois campos, Isabel Ribeiro referiu-se às próteses cirúrgicas, muitas delas, “verdadeiros robots”, como é o caso de membros articulados e sensoriais e também no que respeita a robots de salvamento ou de intervenção em situações de alto risco. Neste campo em concreto, a docente apresentou um robot que está a ser desenvolvido pela Universidade Técnica de Lisboa e pelo corpo de Bombeiros Sapadores da capital com a finalidade de ajudar os “soldados da paz” a detectar e resgatar vítimas em situações de desabamentos, de incêndios e outras catástrofes. Os testes feitos até ao momento colocaram o aparelho num cenário de casas em ruínas, “a intervenção é muito mais rápida e eficaz, devido à mobilidade, tecnologia e rapidez com que o robot opera”. Isabel Ribeiro refere que o futuro reserva um vasto número de utilizações para este tipo de aparelhos, da mesma forma que apresenta também um grande leque de formas de desenvolvimento dos robots.