Ainda havia pessoas
a entrar no Municipal do Fundão, ainda as equipas
procuravam assentar o seu jogo e já o Fundão
estava na frente do marcador. Estavam decorridos cinco
minutos da partida, quando Luís Pedro em jogada
individual arrancou pelo flanco esquerdo do ataque da
Desportiva, passou por dois adversários e entrou
na área, onde serviu Caniço que só
teve de encostar para a baliza.
Se se esperava um bom jogo com o golo a ter que obrigar
o visitante a correr atrás do prejuízo,
isso não aconteceu. O Teixosense não reagiu
ao golo madrugador e foi a Desportiva do Fundão
que tomou conta da partida.
O jogo foi, no primeiro tempo, muito monótono com
poucas jogadas de emoção. Se do lado do
Teixoso os avançados estavam sozinhos lá
na frente e o ataque não surgia, do lado do Fundão,
apesar do domínio, a lentidão de processos
também não davam para muito melhor.
Ainda assim, foram da equipa da casa as jogadas de onde
podia ter surgido maior perigo, ainda que poucas, mas
na maioria vindas de rasgos individuais dos seus jogadores.
Quanto à equipa visitante, o Teixosense só
à passagem da meia hora conseguiu aproximar-se
da baliza Fundanense. Primeiro num livre que Tiago não
segura, mas Bordadágua não conseguiu recarregar,
e depois Helder Sainhas em boa posição deixou
Tiago roubar-lhe a bola.
As expectativas para a segunda parte não eram as
melhores, dado o fraco primeiro tempo, mas as equipas
trataram de dar um pontapé na monotonia. Logo na
reabertura do jogo, João Bruno cobra exemplarmente
um livre directo à entrada da área do Fundão,
colocando muito bem a bola fora do alcance de Tiago, e
restabelecendo a igualdade.
Os Fundanenses acusaram o toque e durante alguns minutos
pareceram algo nervosos e desorientados. Foi um período
de curta duração, já que Carlos Miguel
(entrado aos 22’ para o lugar do lesionado Mariano)
decidiu contrariar a tendência de insegurança
da equipa e com confiança arrancou pelo lado esquerdo,
tabelou com um companheiro, entrou decidido na área
e fuzilou a baliza adversária, estavam jogados
56 minutos.
O golo teve o condão de tranquilizar a equipa da
Desportiva, que a partir dessa altura começou a
conseguir explanar o seu futebol, elaborando algumas jogadas
vistosas e parecendo perto de chegar a uma vantagem mais
confortável. Foi o melhor período da equipa
da casa, mas que acabou com a jogada individual de Helder
Sainhas, aos 73’, que tirou um adversário
da frente, caminhou até á área e
voltou a empatar a partida.
Novo contratempo estava reservado ao líder do campeonato
apenas quatro minutos depois. Carlos Miguel, autor do
segundo golo do Fundão e que se cotava como um
dos melhores em campo, viu o segundo amarelo, deixando
a equipa em situação delicada, com pouco
mais de dez minutos para marcar e assim não perder
o comboio da liderança.
Devem ter surgido fortes temores nesse sentido nesta altura
por parte dos adeptos da casa. No entanto, a equipa tratou
de dar uma resposta de campeão, não se deixando
esmorecer. Com bastante força de vontade, os locais
partiram para cima do seu adversário dando o tudo
por tudo. Esse esforço e atitude foram premiados
e, aos 84 minutos, após uma jogada de insistência
dentro da área, o esférico acaba por sobrar
para Vaz Alves, que já na pequena área atirou
para o tento da vitória.
|