Com cerca de cinco
meses de existência, o Núcleo da Beira Interior
da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (NBI-SPEM)
está a “desenvolver-se bem”, assegura
a coordenadora da equipa, Maria de Jesus Mata. Dar a conhecer
a doença e ajudar os pacientes e suas famílias
são os objectivos do núcleo, que pretende
também estender-se a Castelo Branco e Guarda.
A necessidade de uma sede no distrito tornava-se “imperativo”,
por se tratar de uma doença que é “desconhecida
para muitas pessoas”, assegura a coordenadora. Actualmente
o núcleo da Covilhã funciona com oito voluntários
e utiliza como sede uma sala multiusos, no Centro Hospitalar
Cova da Beira (CHCB). Por partilhar a sala com mais duas
associações de cariz social, o núcleo
funciona apenas dois dias por semana, reunindo-se para
desenvolver os grupos de apoio aos doentes e estratégias
a tomar.
Apenas com cinco meses de existência, o núcleo
conta já com diversas iniciativas e muitos planos
para o futuro. Acções de formação
e sensibilização acerca da Esclerose Múltipla,
nomeadamente na Covilhã e Castelo Branco, são
algumas das actividades já realizadas, estando
já a planear uma para a Guarda. Mas o trabalho
dos voluntários não passa apenas por estes
eventos. No mesmo âmbito, mas com um método
diferente, a equipa está também a apresentar
a associação a empresas e outras entidades
privadas, através de cartas.
“É muito trabalho para apenas oito pessoas,
mas tem corrido bem”, sustenta Maria Mata, ao garantir
que “ainda há muito para se fazer”.
A criação de uma sede, fora do CHCB, é
um sonho que pretendem ver realizado, apesar de ainda
não saber quando poderá ser possível.
Apesar do desenvolvimento NBI-SPEM estar a “desenvolver-se
bem”, mesmo em termos de iniciativas, estas poderiam
ser mais se núcleo contasse com mais voluntários.
“Todos fazemos um esforço para organizar
estes eventos, mas por vezes torna-se difícil,
porque somos poucos”, sustenta a coordenadora. Mas
as necessidades não se prendem apenas em termos
de pessoal. Apesar das dificuldades não serem “muito
acentuadas”, a necessidade mais sentida prende-se
com os grupos de suporte, visto ser uma ferramenta importante
para o apoio às famílias.
Para o futuro, Maria Mata espera conseguir fazer passar
a informação, sobre a doença, até
as famílias e entidades patronais. Acções
de sensibilização em empresas são
alguns dos “grandes objectivos”, visto a Esclerose
Múltipla ser “desconhecida e incompreendida
por muitas pessoas”, garante. A realização
de inquéritos a médicos neurologistas, dos
hospitais da região, é outro dos passos
a dar por esta associação. A finalidade
desta medida relaciona-se com a necessidade de elaboração
de estatísticas que indiquem o número total
de doentes com Esclerose Múltipla da região.
“Só sabemos que existem em Portugal cerca
de cinco mil pacientes, em termos do distrito não
temos números”, queixa-se. Mas, esclarece
ainda, que os inquéritos poderiam trazer os dados
que o núcleo necessita para ajudar mais doentes
e as suas famílias.
Actualmente, as pessoas que sofrem desta doença
contam com o apoio do Estado, através da comparticipação
total dos medicamentos, nas farmácias hospitalares.
Apesar de acontecer em Portugal, é uma situação
que não se verifica em todos os países,
nomeadamente, nos Estados Unidos da América. “São
tratamentos muito caros, que se não fossem comparticipados,
a maioria dos pacientes não tinham capacidade de
se tratar”, assegura.
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