Missão cumprida.
O Covilhã fez o que lhe competia e não mais
do que isso. Frente ao penúltimo da tabela, o modesto
Caldas, os serranos jogaram apenas o suficiente para conquistar
os três pontos em jogo. E o que interessa é
que o conseguiram. Sem fazer uma partida exuberante, os
pupilos de Fernando Pires – que continua a debater-se
com a ausência por lesão de jogadores importantes,
como o são Oliveira e Trindade – tiveram
sempre o controlo da partida. E nem mesmo no período
em que estiveram em desvantagem no marcador perderam de
vista o objectivo do jogo. No final, o 3-1 assinalado
no marcador até era lisonjeiro para os forasteiros,
que poderiam ter regressado às Caldas da Rainha
com uma derrota bem mais pesada.
Numa tarde especialmente fria no Santos Pinto, apenas
os quatro golos serviram para aquecer os ânimos
nas bancadas do velhinho estádio. E marcaram primeiro
os forasteiros… com a ajuda de Tarantini que acabou
por introduzir a bola na própria baliza, pressionado
por um avançado contrário. Um golo que o
Caldas, apesar da sua entrada impetuosa, ainda não
merecia.
O golo espevitou os serranos e, nem dez minutos depois,
Banjai repunha a igualdade no marcador na sequência
de um pontapé de canto. Ao segundo poste, o trinco
covilhanense eleva-se mais alto que os defesas opositores
e cabeceia sem hipóteses de defesa para André
Silva.
A reviravolta seria consumada ainda antes do intervalo
num lance que deixa algumas dúvidas sobre o autor
do golo. Pimenta bate um livre a mais de 30 metros da
baliza do Caldas. A bola sobrevoa a confusão de
jogadores na área e antes de entrar na baliza sofre
um desvio de um jogador que não conseguimos distinguir
(o NC atribui, porém, o golo a Pimenta uma vez
que, mesmo não havendo o desvio, a bola se encaminhava
para a baliza).
O Covilhã chegava à merecida vantagem em
cima do apito para o intervalo. Antes, apenas por uma
vez os caldenses incomodaram a baliza covilhanense, mas
ao remate de Pacheco, de livre, correspondeu Luís
Miguel com uma grande defesa.
Golo de “antologia” de Pimenta
O momento da tarde, aquele pelo qual valeu a pena suportar
90 minutos de frio e vento nas bancadas, estava reservado
para a segunda parte. Cinco minutos depois do recomeço,
Pimenta, assistido por Luizinho, “levanta as bancadas”
com um daqueles golos que dificilmente desaparecem da
memória. A cinco metros do limite da grande-área
caldense, ligeiramente descaído para o lado esquerdo,
o avançado dispara de primeira, e sem qualquer
preparação, ao ângulo mais distante
da baliza. André Silva, o pequeno guardião
do Caldas, até podia ser o Homem-Aranha, que não
chegava a esta bola.
Depois, foi só deixar passar o tempo e deixar o
jogo caminhar em direcção ao final sempre
em decrescendo de qualidade. Rui Miguel e Milton ainda
tiveram oportunidades flagrantes para ampliarem a vantagem,
mas a falta de pontaria dos leões impediu o dilatar
do marcador. De resto, realce apenas para a estreia de
Salcedas. O jovem médio entrou a três minutos
do fim para o lugar de Luizinho, tempo insuficiente para
mostrar argumentos para convencer o técnico ou
as bancadas. Outras oportunidades terá, certamente.
Com este resultado o Covilhã continua na perseguição
ao líder Mafra, que conseguiu assegurar o comando
com uma vitória frente ao Abrantes nos instantes
finais (um golo aos 89 minutos e outro ao terceiro minuto
de compensação). A corrida pelo título
é que é cada vez mais a dois. O Tourizense
saiu derrotado de Viseu (2-1) e já está
a cinco pontos de distância do Sporting serrano.
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