O SOTÃO, Sociedade
Onírica de Teatro Amador Orgânico, do Instituto
de Ciências Abel Salazar do Porto, trouxe ao palco
do Teatro-Cine da Covilhã a sua mais recente peça
teatral, intitulada “Histórias para Burgueses”,
uma peça que foi livremente inspirada na obra de
Alonso Ibarrola.
Um palco vazio, negro, solto, livre, só, actores
vestidos de negro, contam histórias, histórias
de vida que podem ser de qualquer um, de si, do seu vizinho,
de alguém que não conhecem. Durante uma
hora, “Histórias para Burgueses”, falou
de desilusões, de mortes, de filmes, dos sonhos,
de histórias que podem ser uma enorme desilusão,
falou acima de tudo do que é ser homem, do que
é viver num mundo, um mundo do qual se desconhece
o fim, e no qual tudo é reciclado, mesmo com a
morte, tudo continua.
“Histórias para Burgueses”, é
um espectáculo completo onde facilmente se vê
um riso, seja dos actores, seja do público, onde
se vêem choros, situações dramáticas,
situações irónicas, situações
estranhas, situações reais.
No fim, a opinião entre a assistência não
divergia muito. “Gostei bastante” revelou
ao Urbi et Orbi. Carolina Ourique, “apesar de curta
a peça é bastante boa”. “Hoje
vi teatro a sério” acrescenta, Élio
Oliveira.
Conversas finais
No fim do espectáculo, os actores e encenador,
participaram numa pequena conversa, de perguntas resposta,
sobre a peça. Rui Spranger, o encenador de “Histórias
para Burgueses” sublinhou o processo de criação
da obra, um espectáculo preparado em 70 horas,
que “correu bastante bem” apesar do IX Ciclo
de Teatro Universitário da Beira Interior ocorrer
numa altura má para o SOTÃO, por “
ser altura de frequências”. O responsável
não deixou de dar especial destaque ao facto de
grande parte dos actores presentes pisar pela primeira
vez um palco, “é um novo SOTÃO”.
Quando questionada sobre o trabalho inerente à
preparação da peça, Inês Bollen
destacou “o trabalho em conjunto”, que por
vezes é “difícil, pois os actores
“são de cinco ou seis cursos diferentes e
é complicado haver dinâmica entre todos”
ao mesmo tempo. Céptica era como Joana Crisóstomo
se encontrava em relação a estreia da peça,
mas “estou surpreendida, chegamos aos nossos objectivos”.
O autor de “Historias para Burgueses”
Alonso Ibarrola, nasceu em San Sebastián, em 1934,
é escritor e periodista. A obra “Histórias
para Burgueses” foi escrita em 1971, e foi bem recebida
pela crítica, é seleccionada entre os melhores
livros de narrativas espanholas do ano e traduzido em
várias línguas.
|