O Centro Hospitalar Cova
da Beira (CHCB) está a levar a cabo uma experiência
piloto de prestação de Serviços Domésticos
Hospitalares (SDH), na área da cirurgia. A iniciativa
pretende prestar os cuidados médicos necessários
aos pacientes, “sem que estes tenham de passar mais
tempo do que o necessário no hospital”, assegura
Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração
do CHCB.
Apesar de decorrer já a algum tempo, a experiência
afecta apenas a área da cirurgia, ainda que exista
uma possibilidade de ser aberta a outras vertentes hospitalares.
É uma iniciativa que “está a correr
muito bem”, realizada à semelhança da
unidade de Serviços Domésticos Hospitalares
do Fundão, ainda que seja “diferente”,
garante Castelo Branco. A experiência piloto do CHCB
abrange apenas doentes da Covilhã provenientes dos
serviços de cirurgia. Já os SDH fundanenses
estendem-se por todo o concelho e trabalham em parceria
com os Centros de Saúde, criando uma rede de Serviços
Domésticos destas instituições.
Unidade do Fundão funciona apenas com
cinco enfermeiros
As unidades de SDH ou Serviços Domésticos
dos Centros de Saúde (SDCS) permitem a recuperação
do doente em ambiente familiar e visam a melhoria da qualidade
de vida do paciente. Outra vantagem destes serviços
é o descongestionamento de internamentos. A unidade
fundanense é autónoma do hospital, esclarece
Ilda Venâncio, enfermeira graduada e voluntária
neste serviço, antes de fazer a sua apresentação
sobre o tema nas I Jornadas de Enfermagem Cirúrgica
da Beira Interior, na passada sexta-feira, 25, na Universidade
da Beira Interior (UBI).Estes serviços não
devem ser encarados como um prolongamento da unidade de
cuidados paliativos (unidade de Dor), mas sim como uma
relação de articulação entre
ambos, salienta. A existência de um protocolo de
parceria entre o hospital do Fundão e os SDH, obriga
a unidade a prestar os cuidados a todos os doentes de
foro oncológico, apesar da assistência dada
abranger todas as áreas de saúde.
Os SDH do Fundão são geridos apenas pelos
cinco enfermeiros voluntários da unidade e assistem
cerca de 200 doentes por ano, contabilizando cerca de
seis mil visitas domiciliárias. A unidade trabalha
todos os dias da semana, oito horas por dia, mas sempre
que acontece uma emergência, independentemente da
localidade e hora, a assistência é prestada.
“Ninguém fica sem ajuda só porque
vive longe ou por ser de madrugada ou feriado”,
assegura a enfermeira. “os doentes não se
compadecem com horários e nem escolhem horas ou
dias para adoecer”, continua ao explicar o sistema
de funcionamento dos Centros de Saúde.
Ao ser a única unidade no País ligada a
um Hospital e “se não existisse seria uma
grande perda”, sustenta Ilda Venâncio. Este
serviço permitem que os doentes possam ter alta
do hospital e restabelecer-se em casa com os familiares,
ao mesmo tempo que têm todos os cuidados médicos
necessários. “É um serviço
de 24 horas que actua na retaguarda e só é
pena ainda não estar implantado a nível
nacional”, acrescenta Ilda Venâncio. |